sábado, 25 de julho de 2009

Liturgia da Eucaristia de Domingo, 26.07.2009



XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B
26 de Julho de 2009


A liturgia do 17º domingo Comum dá-nos conta da preocupação de Deus em saciar a “fome” de vida dos homens. De forma especial, as leituras deste domingo dizem-nos que Deus conta connosco para repartir o seu “pão” com todos aqueles que têm “fome” de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança.

Na primeira leitura, o profeta Eliseu, ao partilhar o pão que lhe foi oferecido com as pessoas que o rodeiam, testemunha a vontade de Deus em saciar a “fome” do mundo; e sugere que Deus vem ao encontro dos necessitados através dos gestos de partilha e de generosidade para com os irmãos que os “profetas” são convidados a realizar.

O Evangelho repete o mesmo tema. Jesus, o Deus que veio ao encontro dos homens, dá conta da “fome” da multidão que O segue e propõe-Se libertá-la da sua situação de miséria e necessidade. Aos discípulos (aqueles que vão continuar até ao fim dos tempos a mesma missão que o Pai lhe confiou), Jesus convida a despirem a lógica do egoísmo e a assumirem uma lógica de partilha, concretizada no serviço simples e humilde em benefício dos irmãos. É esta lógica que permite passar da escravidão à liberdade; é esta lógica que fará nascer um mundo novo.

Na segunda leitura, Paulo lembra aos crentes algumas exigências da vida cristã. Recomenda-lhes, especialmente, a humildade, a mansidão e a paciência: são atitudes que não se coadunam com esquemas de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de preconceito em relação aos irmãos.






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Reflectindo o Evangelho


Vivemos num tempo marcado pela tão conhecida e famosa crise. Diante deste cenário vários sentimentos nos podem invadir: ou partilhar o que temos com os que menos têm ou simplesmente, com receio de vir a perder o que se tem, ficar amarrado aos bens que possuímos.

A liturgia deste 17º Domingo do Tempo Comum desafianos a meditar no grande gesto de Jesus: a multiplicação dos pães. Eram apenas cinco pães de cevada e dois peixes mas, pela intervenção generosa de Jesus, ficaram saciados mais de cinco mil homens. Ora, Deus continua a querer saciar todos os homens e mulheres mas, para isso, serve-se de pessoas, tal como Eliseu (ver 1ª Leitura), para serem suas testemunhas. Ele quer continuar a oferecer o seu “Pão” como suplemento alimentar essencial nesta caminhada da nossa vida, no nosso mundo e na nossa sociedade.

Embora possa parecer indiferente, o ser humano do nosso tempo continua a viver com uma sede e uma fome imensa de Deus. Compete a nós, cristãos, solucionarmos essa sede e essa fome, que pode ter várias expressões: desempregos, solidão, os injustiçados, os explorados, os marginalizados, os deprimidos, os pobres envergonhados… Viver com este espírito e com este propósito é responder de forma afirmativa ao apelo que S. Paulo nos lança: “suportai-vos uns aos outros na caridade” (ver 2ª Leitura).

Partilha e solidariedade para com os irmãos são os dois grandes pilares que marcam a liturgia deste Domingo.

Mas há um outro que nos responsabiliza mais, que é o facto de sermos continuadores da obra e missão de Jesus, espelhada na ordem que Ele dá aos seus discípulos: “dai-lhes vós mesmos de comer” (ver Evangelho). Realmente, sermos solidários e partilharmos com os outros algo que é nosso pode, porventura, ser fácil, porque muitas vezes até damos coisas que nos sobram; agora, mais difícil, é no nosso quotidiano, darmo-nos; isto é mais exigente.




Vivendo o Evangelho


Diante da insegurança do mundo e de todo o sistema económico-social, pode parecer uma utopia poder responder à fome existente no mundo. Sabemos que não podemos fazer tudo, mas podemos fazer alguma coisa: aqui está o desafio e a interpelação. Ergamos os olhos e vejamos, tal como Jesus, que os bens são dom de Deus, dirigem-se a todos. Interessa, pois, que não olhemos os nossos irmãos necessitados do “alto da torre” como se fôssemos meros detentores, mas usemos “umas lentes bem graduadas” que nos ajudem a ver melhor as necessidades dos nossos irmãos, tendo sempre a consciência de que aquilo que damos e partilhamos com os outros jamais nos fará falta (certamente já todos tivemos esta experiência), pois Deus sempre nos recompensa; mais do que detentores, sejamos distribuidores.



Fontes:

A Caminho; Ecclesia; Farol de Luz

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