quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz




MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
BENTO XVI
PARA A CELEBRAÇÃO DO
DIA MUNDIAL DA PAZ



1 DE JANEIRO DE 2010


SE QUISERES CULTIVAR A PAZ, PRESERVA A CRIAÇÃO



1. Por ocasião do início do Ano Novo, desejo expressar os mais ardentes votos de paz a todas as comunidades cristãs, aos responsáveis das nações, aos homens e mulheres de boa vontade do mundo inteiro. Para este XLIII Dia Mundial da Paz, escolhi o tema: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação. O respeito pela criação reveste-se de grande importância, designadamente porque «a criação é o princípio e o fundamento de todas as obras de Deus»[1] e a sua salvaguarda torna-se hoje essencial para a convivência pacífica da humanidade. Com efeito, se são numerosos os perigos que ameaçam a paz e o autêntico desenvolvimento humano integral, devido à desumanidade do homem para com o seu semelhante – guerras, conflitos internacionais e regionais, actos terroristas e violações dos direitos humanos –, não são menos preocupantes os perigos que derivam do desleixo, se não mesmo do abuso, em relação à terra e aos bens naturais que Deus nos concedeu. Por isso, é indispensável que a humanidade renove e reforce «aquela aliança entre ser humano e ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de Quem provimos e para Quem estamos a caminho».[2]

2. Na encíclica Caritas in veritate, pus em realce que o desenvolvimento humano integral está intimamente ligado com os deveres que nascem da relação do homem com o ambiente natural, considerado como uma dádiva de Deus para todos, cuja utilização comporta uma responsabilidade comum para com a humanidade inteira, especialmente os pobres e as gerações futuras. Assinalei também que corre o risco de atenuar-se, nas consciências, a noção da responsabilidade, quando a natureza e sobretudo o ser humano são considerados simplesmente como fruto do acaso ou do determinismo evolutivo.[3] Pelo contrário, conceber a criação como dádiva de Deus à humanidade ajuda-nos a compreender a vocação e o valor do homem; na realidade, cheios de admiração, podemos proclamar com o salmista: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes?» (Sl 8, 4-5). Contemplar a beleza da criação é um estímulo para reconhecer o amor do Criador; aquele Amor que «move o sol e as outras estrelas».[4]

3. Há vinte anos, ao dedicar a Mensagem do Dia Mundial da Paz ao tema Paz com Deus criador, paz com toda a criação, o Papa João Paulo II chamava a atenção para a relação que nós, enquanto criaturas de Deus, temos com o universo que nos circunda. «Observa-se nos nossos dias – escrevia ele – uma consciência crescente de que a paz mundial está ameaçada (…) também pela falta do respeito devido à natureza». E acrescentava que esta consciência ecológica «não deve ser reprimida mas antes favorecida, de maneira que se desenvolva e vá amadurecendo até encontrar expressão adequada em programas e iniciativas concretas».[5] Já outros meus predecessores se referiram à relação existente entre o homem e o ambiente; por exemplo, em 1971, por ocasião do octogésimo aniversário da encíclica Rerum novarum de Leão XIII, Paulo VI houve por bem sublinhar que, «por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, [o homem] começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação». E acrescentou que, deste modo, «não só o ambiente material se torna uma ameaça permanente – poluições e lixo, novas doenças, poder destruidor absoluto – mas é o próprio contexto humano que o homem não consegue dominar, criando assim para o dia de amanhã um ambiente global que se lhe poderá tornar insuportável. Problema social de grande envergadura, este, que diz respeito à inteira família humana».[6]

4. Embora evitando de intervir sobre soluções técnicas específicas, a Igreja, «perita em humanidade», tem a peito chamar vigorosamente a atenção para a relação entre o Criador, o ser humano e a criação. Em 1990, João Paulo II falava de «crise ecológica» e, realçando o carácter prevalecentemente ético de que a mesma se revestia, indicava «a urgente necessidade moral de uma nova solidariedade».[7] Hoje, com o proliferar de manifestações duma crise que seria irresponsável não tomar em séria consideração, tal apelo aparece ainda mais premente. Pode-se porventura ficar indiferente perante as problemáticas que derivam de fenómenos como as alterações climáticas, a desertificação, o deterioramento e a perda de produtividade de vastas áreas agrícolas, a poluição dos rios e dos lençóis de água, a perda da biodiversidade, o aumento de calamidades naturais, o desflorestamento das áreas equatoriais e tropicais? Como descurar o fenómeno crescente dos chamados «prófugos ambientais», ou seja, pessoas que, por causa da degradação do ambiente onde vivem, se vêem obrigadas a abandoná-lo – deixando lá muitas vezes também os seus bens – tendo de enfrentar os perigos e as incógnitas de uma deslocação forçada? Com não reagir perante os conflitos, já em acto ou potenciais, relacionados com o acesso aos recursos naturais? Trata-se de um conjunto de questões que têm um impacto profundo no exercício dos direitos humanos, como, por exemplo, o direito à vida, à alimentação, à saúde, ao desenvolvimento.

5. Entretanto tenha-se na devida conta que não se pode avaliar a crise ecológica prescindindo das questões relacionadas com ela, nomeadamente o próprio conceito de desenvolvimento e a visão do homem e das suas relações com os seus semelhantes e com a criação. Por isso, é decisão sensata realizar uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento e também reflectir sobre o sentido da economia e dos seus objectivos, para corrigir as suas disfunções e deturpações. Exige-o o estado de saúde ecológica da terra; reclama-o também e sobretudo a crise cultural e moral do homem, cujos sintomas há muito tempo que se manifestam por toda a parte.[8] A humanidade tem necessidade de uma profunda renovação cultural; precisa de redescobrir aqueles valores que constituem o alicerce firme sobre o qual se pode construir um futuro melhor para todos. As situações de crise que está atravessando, de carácter económico, alimentar, ambiental ou social, no fundo são também crises morais e estão todas interligadas. Elas obrigam a projectar de novo a estrada comum dos homens. Impõem, de maneira particular, um modo de viver marcado pela sobriedade e solidariedade, com novas regras e formas de compromisso, apostando com confiança e coragem nas experiências positivas realizadas e rejeitando decididamente as negativas. É o único modo de fazer com que a crise actual se torne uma ocasião para discernimento e nova projectação.

6. Porventura não é verdade que, na origem daquela que em sentido cósmico chamamos «natureza», há «um desígnio de amor e de verdade»? O mundo «não é fruto duma qualquer necessidade, dum destino cego ou do acaso, (…) procede da vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas participantes do seu Ser, da sua sabedoria e da sua bondade».[9] Nas suas páginas iniciais, o livro do Génesis introduz-nos no projecto sapiente do cosmos, fruto do pensamento de Deus, que, no vértice, colocou o homem e a mulher, criados à imagem e semelhança do Criador, para «encher e dominar a terra» como «administradores» em nome do próprio Deus (cf. Gn 1, 28). A harmonia descrita na Sagrada Escritura entre o Criador, a humanidade e a criação foi quebrada pelo pecado de Adão e Eva, do homem e da mulher, que pretenderam ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-se como suas criaturas. Em consequência, ficou deturpada também a tarefa de «dominar» a terra, de a «cultivar e guardar» e gerou-se um conflito entre eles e o resto da criação (cf. Gn 3, 17-19). O ser humano deixou-se dominar pelo egoísmo, perdendo o sentido do mandato de Deus, e, no relacionamento com a criação, comportou-se como explorador pretendendo exercer um domínio absoluto sobre ela. Mas o verdadeiro significado do mandamento primordial de Deus, bem evidenciado no livro do Génesis, não consistia numa simples concessão de autoridade, mas antes num apelo à responsabilidade. Aliás, a sabedoria dos antigos reconhecia que a natureza está à nossa disposição, mas não como «um monte de lixo espalhado ao acaso»,[10] enquanto a Revelação bíblica nos fez compreender que a natureza é dom do Criador, o Qual lhe traçou os ordenamentos intrínsecos a fim de que o homem pudesse deduzir deles as devidas orientações para a «cultivar e guardar» (cf. Gn 2, 15).[11] Tudo o que existe pertence a Deus, que o confiou aos homens, mas não à sua arbitrária disposição. E quando o homem, em vez de desempenhar a sua função de colaborador de Deus, se coloca no lugar de Deus, acaba por provocar a rebelião da natureza, «mais tiranizada que governada por ele».[12] O homem tem, portanto, o dever de exercer um governo responsável da criação, preservando-a e cultivando-a.[13]

7. Infelizmente temos de constatar que um grande número de pessoas, em vários países e regiões da terra, experimenta dificuldades cada vez maiores, porque muitos se descuidam ou se recusam a exercer sobre o ambiente um governo responsável. O Concílio Ecuménico Vaticano II lembrou que «Deus destinou a terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos».[14] Por isso, a herança da criação pertence à humanidade inteira. Entretanto o ritmo actual de exploração põe seriamente em perigo a disponibilidade de alguns recursos naturais não só para a geração actual, mas sobretudo para as gerações futuras.[15] Ora não é difícil constatar como a degradação ambiental é muitas vezes o resultado da falta de projectos políticos clarividentes ou da persecução de míopes interesses económicos, que se transformam, infelizmente, numa séria ameaça para a criação. Para contrastar tal fenómeno, na certeza de que «cada decisão económica tem consequências de carácter moral»,[16] é necessário também que a actividade económica seja mais respeitadora do ambiente. Quando se lança mão dos recursos naturais, é preciso preocupar-se com a sua preservação prevendo também os seus custos em termos ambientais e sociais, que se devem contabilizar como uma parcela essencial da actividade económica. Compete à comunidade internacional e aos governos nacionais dar os justos sinais para contrastar de modo eficaz, no uso do ambiente, as modalidades que resultem danosas para o mesmo. Para proteger o ambiente e tutelar os recursos e o clima é preciso, por um lado, agir no respeito de normas bem definidas mesmo do ponto de vista jurídico e económico e, por outro, ter em conta a solidariedade devida a quantos habitam nas regiões mais pobres da terra e às gerações futuras.

8. Na realidade, é urgente a obtenção de uma leal solidariedade entre as gerações. Os custos resultantes do uso dos recursos ambientais comuns não podem ficar a cargo das gerações futuras. «Herdeiros das gerações passadas e beneficiários do trabalho dos nossos contemporâneos, temos obrigações para com todos, e não podemos desinteressar-nos dos que virão depois de nós aumentar o círculo da família humana. A solidariedade universal é para nós não só um facto e um benefício, mas também um dever. Trata-se de uma responsabilidade que as gerações presentes têm em relação às futuras, uma responsabilidade que pertence também a cada um dos Estados e à comunidade internacional».[17] O uso dos recursos naturais deverá verificar-se em condições tais que as vantagens imediatas não comportem consequências negativas para os seres vivos, humanos e não humanos, presentes e vindouros; que a tutela da propriedade privada não dificulte o destino universal dos bens;[18] que a intervenção do homem não comprometa a fecundidade da terra para benefício do dia de hoje e do amanhã. Para além de uma leal solidariedade entre as gerações, há que reafirmar a urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade entre os indivíduos da mesma geração, especialmente nas relações entre os países em vias de desenvolvimento e os países altamente industrializados: «A comunidade internacional tem o imperioso dever de encontrar as vias institucionais para regular a exploração dos recursos não renováveis, com a participação também dos países pobres, de modo a planificar em conjunto o futuro».[19] A crise ecológica manifesta a urgência de uma solidariedade que se projecte no espaço e no tempo. Com efeito, é importante reconhecer, entre as causas da crise ecológica actual, a responsabilidade histórica dos países industrializados. Contudo os países menos desenvolvidos e, de modo particular, os países emergentes não estão exonerados da sua própria responsabilidade para com a criação, porque o dever de adoptar gradualmente medidas e políticas ambientais eficazes pertence a todos. Isto poder-se-ia realizar mais facilmente se houvesse cálculos menos interesseiros na assistência, na transferência dos conhecimentos e tecnologias menos poluidoras.

9. Um dos nós principais a enfrentar pela comunidade internacional é, sem dúvida, o dos recursos energéticos, delineando estratégias compartilhadas e sustentáveis para satisfazer as necessidades de energia da geração actual e das gerações futuras. Para isso, é preciso que as sociedades tecnologicamente avançadas estejam dispostas a favorecer comportamentos caracterizados pela sobriedade, diminuindo as próprias necessidades de energia e melhorando as condições da sua utilização. Ao mesmo tempo é preciso promover a pesquisa e a aplicação de energias de menor impacto ambiental e a «redistribuição mundial dos recursos energéticos, de modo que os próprios países desprovidos possam ter acesso aos mesmos».[20] Deste modo, a crise ecológica oferece uma oportunidade histórica para elaborar uma resposta colectiva tendente a converter o modelo de desenvolvimento global segundo uma direcção mais respeitadora da criação e de um desenvolvimento humano integral, inspirado nos valores próprios da caridade na verdade. Faço votos, portanto, de que se adopte um modelo de desenvolvimento fundado na centralidade do ser humano, na promoção e partilha do bem comum, na responsabilidade, na consciência da necessidade de mudar os estilos de vida e na prudência, virtude que indica as acções que se devem realizar hoje na previsão do que poderá suceder amanhã.[21]

10. A fim de guiar a humanidade para uma gestão globalmente sustentável do ambiente e dos recursos da terra, o homem é chamado a concentrar a sua inteligência no campo da pesquisa científica e tecnológica e na aplicação das descobertas que daí derivam. A «nova solidariedade», que João Paulo II propôs na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1990,[22] e a «solidariedade global», a que eu mesmo fiz apelo na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2009,[23] apresentam-se como atitudes essenciais para orientar o compromisso de tutela da criação através de um sistema de gestão dos recursos da terra melhor coordenado a nível internacional, sobretudo no momento em que se vê aparecer, de forma cada vez mais evidente, a forte relação que existe entre a luta contra a degradação ambiental e a promoção do desenvolvimento humano integral. Trata-se de uma dinâmica imprescindível, já que «o desenvolvimento integral do homem não pode realizar-se sem o desenvolvimento solidário da humanidade».[24] Muitas são hoje as oportunidades científicas e os potenciais percursos inovadores, mediante os quais é possível fornecer soluções satisfatórias e respeitadoras da relação entre o homem e o ambiente. Por exemplo, é preciso encorajar as pesquisas que visam identificar as modalidades mais eficazes para explorar a grande potencialidade da energia solar. A mesma atenção se deve prestar à questão, hoje mundial, da água e ao sistema hidrogeológico global, cujo ciclo se reveste de primária importância para a vida na terra, mas está fortemente ameaçado na sua estabilidade pelas alterações climáticas. De igual modo deve-se procurar apropriadas estratégias de desenvolvimento rural centradas nos pequenos cultivadores e nas suas famílias, sendo necessário também elaborar políticas idóneas para a gestão das florestas, o tratamento do lixo, a valorização das sinergias existentes no contraste às alterações climáticas e na luta contra a pobreza. São precisas políticas nacionais ambiciosas, completadas pelo necessário empenho internacional que há-de trazer importantes benefícios sobretudo a médio e a longo prazo. Enfim, é necessário sair da lógica de mero consumo para promover formas de produção agrícola e industrial que respeitem a ordem da criação e satisfaçam as necessidades primárias de todos. A questão ecológica não deve ser enfrentada apenas por causa das pavorosas perspectivas que a degradação ambiental esboça no horizonte; o motivo principal há-de ser a busca duma autêntica solidariedade de dimensão mundial, inspirada pelos valores da caridade, da justiça e do bem comum. Por outro lado, como já tive ocasião de recordar, a técnica «nunca é simplesmente técnica; mas manifesta o homem e as suas aspirações ao desenvolvimento, exprime a tensão do ânimo humano para uma gradual superação de certos condicionamentos materiais. Assim, a técnica insere-se no mandato de “cultivar e guardar a terra” (cf. Gn 2, 15) que Deus confiou ao homem, e há-de ser orientada para reforçar aquela aliança entre ser humano e ambiente em que se deve reflectir o amor criador de Deus».[25]

11. É cada vez mais claro que o tema da degradação ambiental põe em questão os comportamentos de cada um de nós, os estilos de vida e os modelos de consumo e de produção hoje dominantes, muitas vezes insustentáveis do ponto de vista social, ambiental e até económico. Torna-se indispensável uma real mudança de mentalidade que induza a todos a adoptarem novos estilos de vida, «nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom e a comunhão com os outros homens, em ordem ao crescimento comum, sejam os elementos que determinam as opções do consumo, da poupança e do investimento».[26] Deve-se educar cada vez mais para se construir a paz a partir de opções clarividentes a nível pessoal, familiar, comunitário e político. Todos somos responsáveis pela protecção e cuidado da criação. Tal responsabilidade não conhece fronteiras. Segundo o princípio de subsidiariedade, é importante que cada um, no nível que lhe corresponde, se comprometa a trabalhar para que deixem de prevalecer os interesses particulares. Um papel de sensibilização e formação compete de modo particular aos vários sujeitos da sociedade civil e às organizações não-governamentais, empenhados com determinação e generosidade na difusão de uma responsabilidade ecológica, que deveria aparecer cada vez mais ancorada ao respeito pela «ecologia humana». Além disso, é preciso lembrar a responsabilidade dos meios de comunicação social neste âmbito, propondo modelos positivos que sirvam de inspiração. É que ocu-par-se do ambiente requer uma visão larga e global do mundo; um esforço comum e responsável a fim de passar de uma lógica centrada sobre o interesse egoísta da nação para uma visão que sempre abrace as necessidades de todos os povos. Não podemos permanecer indiferentes àquilo que sucede ao nosso redor, porque a deterioração de uma parte qualquer do mundo recairia sobre todos. As relações entre pessoas, grupos sociais e Estados, bem como as relações entre homem e ambiente são chamadas a assumir o estilo do respeito e da «caridade na verdade». Neste contexto alargado, é altamente desejável que encontrem eficaz correspondência os esforços da comunidade internacional que visam obter um progressivo desarmamento e um mundo sem armas nucleares, cuja mera presença ameaça a vida da terra e o processo de desenvolvimento integral da humanidade actual e futura.

12. A Igreja tem a sua parte de responsabilidade pela criação e sente que a deve exercer também em âmbito público, para defender a terra, a água e o ar, dádivas feitas por Deus Criador a todos, e antes de tudo para proteger o homem contra o perigo da destruição de si mesmo. Com efeito, a degradação da natureza está intimamente ligada à cultura que molda a convivência humana, pelo que, «quando a “ecologia humana”é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental».[27] Não se pode pedir aos jovens que respeitem o ambiente, se não são ajudados, em família e na sociedade, a respeitar-se a si mesmos: o livro da natureza é único, tanto sobre a vertente do ambiente como sobre a da ética pessoal, familiar e social.[28] Os deveres para com o ambiente derivam dos deveres para com a pessoa considerada em si mesma e no seu relacionamento com os outros. Por isso, de bom grado encorajo a educação para uma responsabilidade ecológica, que, como indiquei na encíclica Caritas in veritate, salvaguarde uma autêntica «ecologia humana» e consequentemente afirme, com renovada convicção, a inviolabilidade da vida humana em todas as suas fases e condições, a dignidade da pessoa e a missão insubstituível da família, onde se educa para o amor ao próximo e o respeito da natureza.[29] É preciso preservar o património humano da sociedade. Este património de valores tem a sua origem e está inscrito na lei moral natural, que é fundamento do respeito da pessoa humana e da criação.

13. Por fim não se deve esquecer o facto, altamente significativo, de que muitos encontram tranquilidade e paz, sentem-se renovados e revigorados quando entram em contacto directo com a beleza e a harmonia da natureza. Existe aqui uma espécie de reciprocidade: quando cuidamos da criação, constatamos que Deus, através da criação, cuida de nós. Por outro lado, uma visão correcta da relação do homem com o ambiente impede de absolutizar a natureza ou de a considerar mais importante do que a pessoa. Se o magistério da Igreja exprime perplexidades acerca de uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, fá-lo porque tal concepção elimina a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres vivos. Deste modo, chega-se realmente a eliminar a identidade e a função superior do homem, favorecendo uma visão igualitarista da «dignidade» de todos os seres vivos. Assim se dá entrada a um novo panteísmo com acentos neopagãos que fazem derivar apenas da natureza, entendida em sentido puramente naturalista, a salvação para o homem. Ao contrário, a Igreja convida a colocar a questão de modo equilibrado, no respeito da «gramática» que o Criador inscreveu na sua obra, confiando ao homem o papel de guardião e administrador responsável da criação, papel de que certamente não deve abusar mas também não pode abdicar. Com efeito, a posição contrária, que considera a técnica e o poder humano como absolutos, acaba por ser um grave atentado não só à natureza, mas também à própria dignidade humana.[30]

14. Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação. A busca da paz por parte de todos os homens de boa vontade será, sem dúvida alguma, facilitada pelo reconhecimento comum da relação indivisível que existe entre Deus, os seres humanos e a criação inteira. Os cristãos, iluminados pela Revelação divina e seguindo a Tradição da Igreja, prestam a sua própria contribuição. Consideram o cosmos e as suas maravilhas à luz da obra criadora do Pai e redentora de Cristo, que, pela sua morte e ressurreição, reconciliou com Deus «todas as criaturas, na terra e nos céus» (Cl 1, 20). Cristo crucificado e ressuscitado concedeu à humanidade o dom do seu Espírito santificador, que guia o caminho da história à espera daquele dia em que, com o regresso glorioso do Senhor, serão inaugurados «novos céus e uma nova terra» (2 Pd 3, 13), onde habitarão a justiça e a paz para sempre. Assim, proteger o ambiente natural para construir um mundo de paz é dever de toda a pessoa. Trata-se de um desafio urgente que se há-de enfrentar com renovado e concorde empenho; é uma oportunidade providencial para entregar às novas gerações a perspectiva de um futuro melhor para todos. Disto mesmo estejam cientes os responsáveis das nações e quantos, nos diversos níveis, têm a peito a sorte da humanidade: a salvaguarda da criação e a realização da paz são realidades intimamente ligadas entre si. Por isso, convido todos os crentes a elevarem a Deus, Criador omnipotente e Pai misericordioso, a sua oração fervorosa, para que no coração de cada homem e de cada mulher ressoe, seja acolhido e vivido o premente apelo: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação.

Vaticano, 8 de Dezembro de 2009.

BENEDICTUS PP. XVI

[1] Catecismo da Igreja Católica, 198.

[2] Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial da Paz (1 de Janeiro de 2008), 7.

[3] Cf. n. 48.

[4] Dante Alighieri, Divina Comédia: O Paraíso, XXXIII, 145.

[5] Mensagem para o Dia Mundial da Paz (1 de Janeiro de 1990), 1.

[6] Carta ap. Octogesima adveniens, 21.

[7] Mensagem para o Dia Mundial da Paz (1 de Janeiro de 1990), 10.

[8] Cf. Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 32.

[9] Catecismo da Igreja Católica, 295.

[10] Heráclito de Éfeso(± 535-475 a.C.), Fragmento 22B124, in H. Diels-W. Kranz, Die Fragmente der Vorsokratiker (Weidmann, Berlim 19526).

[11] Cf. Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 48.

[12] João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 37.

[13] Cf. Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 50.

[14] Const. past. Gaudium et spes, 69.

[15] Cf. João Paulo II, Carta enc.Sollicitudo rei socialis, 34.

[16] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 37.

[17] Pont. Conselho «Justiça e Paz», Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 467;cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 17.

[18] Cf. João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 30-31.43.

[19] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 49.

[20] Ibid., 49.

[21] Cf. São Tomás de Aquino, Summa theologiae, II-II, q. 49, 5.

[22] Cf. n. 9.

[23] Cf. n. 8.

[24] Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio, 43.

[25] Carta enc. Caritas in veritate, 69.

[26] João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 36.

[27] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 51.

[28] Cf. ibid., 15.51.

[29] Cf. ibid., 28.51.61; João Paulo II, Carta enc. Centesimus annus, 38.39.

[30] Cf. Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 70.




Fonte: Vaticano

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FELIZ ANO DE 2010

Donativo da Junta de Freguesia de Alferrarede




A Junta de Freguesia de Alferrarede atribuiu à Juventude Mariana Vicentina de Alferrarede um donativo no valor de 250€, para a prossecução das nossas actividades e aquisição de material ortopédico para apoiar famílias carenciadas.

Muito obrigado e um enorme bem-haja!



terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Jornal "Somos Grito" - Edição n.º 23 - Dezembro 2009

Já saiu mais uma edição do Jornal "Somos Grito", o folhetim trimestral da Juventude Mariana Vicentina de Alferrarede.
É uma edição dedicada à época em que nos encontramos - o Natal -, onde temos algumas notícias sobre as actividades que temos feito nos últimos meses.
Esperamos que gostem! Ficamos a aguardar críticas e sugestões.
Boas leituras!



segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Actividades da próxima terça-feira


Na próxima terça-feira, dia 29 de Dezembro, teremos duas actividades.

Da parte da manhã, às 11h, haverá no Salão Paroquial encontro de reflexão para os mais novos do grupo. Levem almoço.

Da parte da tarde, às 14h, faremos a visita de Natal ao Centro de Dia, onde iremos fazer karaoke com os idosos.

Confirmem, por favor, se vão a estas actividades.



domingo, 27 de dezembro de 2009

Dia da Família



Começámos o novo ano litúrgico com um horizonte: “Jesus Cristo, minha Fé, minha Esperança” e eis-nos a celebrar o Natal do Verbo, do Emanuel, do Deus que incarnou a nossa humanidade e que se manifestou em Jesus Cristo.O sonho da escada de Jacob é um prenúncio da vinda do Messias. O sonho de Jacob desvendou-se no Natal de Jesus. Foi Ele que desceu à nossa humanidade e nasceu na Gruta de Belém, no seio de uma família, a de Maria e José.

A família de Jesus é um modelo de referência para todas as famílias.

Em tempos difíceis e conturbados é sempre bom ter modelos de referência em quem nos inspirar e fortalecer. A família de Jesus sempre serviu de exemplo a ser seguido por todas as famílias cristãs. O presépio de Belém e a casa de Nazaré, contemplemos aí os valores necessários à felicidade humana e salvação divina. Ela é humilde, protectora, fiel, pacífica, acolhedora e muito mais. Busquemos na família de Nazaré os ensinamentos de que precisamos para unir e fortalecer a nossa família.

Felizes os que seguem os seus caminhos.

Há quem queira alterar a família que é espaço social onde a vida nasce, cresce e se desenvolve até à plenitude da felicidade na vida de todos os seus membros.

Sem dúvida que em poucas instituições, como na família, terá havido tantas mudanças, muitas delas totalmente imprevisíveis. Em muitas famílias as coisas não foram como se esperava. Quanto sofrimento !? Caem esquemas antiquados, mudam algumas funções, mas a família mantém-se como um dos valores mais apreciados.

A evolução da instituição familiar, com a sua problemática nos fez descobrir que o mais importante na família não é que tudo corra bem, que se respeitem todas as normas consideradas fundamentais. O mais importante é que amemos sem esperar recompensa.

Seria bom que, tanto a família natural, como a comunidade cristã, estivessem unidas pelo amor, pelo respeito e pela complementaridade.

A família é um dom, mas também um projecto e um espaço onde trabalhar. Sustenta a pessoa na realidade mais profunda. Abarca-a em todas as dimensões físicas e espirituais. Acompanha-a em todos os momentos, desde o nascimento até à morte. Nela se aprende a encher a vida de sentido. É o melhor espaço para o amadurecimento. A família é “uma escola do mais rico humanismo” e “constitui o fundamento da sociedade”. A família é aquilo que há de mais humano, talvez a maior fonte de humanidade que existe. Se alguém não for moldado saudavelmente na oficina da família, provavelmente sentirá falhas na estrutura da sua personalidade.

Ninguém ignora que há famílias em que em vez de amor, há gelo; em vez de alegria, há angústia; em vez de libertação, há opressão; e em vez de um lar, há uma pensão… Todos sabemos de famílias que não educam para a solidariedade, mas para as injustiça e para os privilégios; que não educam para a responsabilidade, mas para o comodismo. Todos conhecemos famílias que não aprenderam a partilhar, mas a consumir; que não aprenderam a dialogar, mas a gritar; que não aprenderam a rezar, mas a amaldiçoar.

Família torna-te aquilo que és !


Fonte: Farol de Luz


Canção da Franternidade



O Cântico que neste Domingo vamos cantar na Acção de Graças da Eucaristia Dominical.






sábado, 26 de dezembro de 2009

Liturgia da Solenidade da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, 27.12.2009




Solenidade da Sagrada Família de Jesus, Maria e José - Ano C
27 de Dezembro de 2009



As leituras deste Domingo complementam-se ao apresentar as duas coordenadas fundamentais a partir das quais se deve construir a família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.

O Evangelho sublinha, sobretudo, a dimensão do amor a Deus: o projecto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão, a exigência fundamental, a que todas as outras se devem submeter. A família cristã constrói-se no respeito absoluto pelo projecto que Deus tem para cada pessoa.

A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos de todos os que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma mais especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.

A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.





Fontes:
A Caminho

Ecclesia

Farol de Luz

"E Cearei com Ele"


Nascer outra vez...



Disseram-nos que queres voltar a nascer outra vez.

Estarás louco?

Mas não vês o que somos e o que fazemos?

E, apesar disso, Tu queres vir.

Já não sei se com o teu gesto teimoso de voltar em cada Natal estás a pretender dizer-nos alguma coisa:

  • Que o céu está sempre aberto, que há estrelas para guiar os nossos passos?
  • Que há anjos humanos ao nosso lado, que nos podemos tornar ternos como crianças?
  • Que o mundo pode ser novo e que Deus é Pai e Mãe no nosso desconcerto?
  • Que nadamos em abundância enquanto há gente, irmãos nossos e teus, que sofrem fome de pão, de cultura, de carinho, de liberdade, de dignidade…?
  • Que temos uma mensagem que se chama Evangelho, que ainda não é Boa Nova para todos?
  • Que nos preocupamos muito connosco e nos justificamos dando esmola?

Se é assim, Jesus, vem às nossas casas neste Natal.

Vem à nossa cidade, vem ao nosso grupo, vem ao nosso mundo.

E vem, antes de mais, ao nosso coração.


Ulibarri, Fl.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Liturgia da Missa do Natal do Senhor, 25.12.2009




NATAL DO SENHOR – MISSA DO DIA - ANO C
25 de Dezembro de 2009


O tema desta Eucaristia pode girar à volta da expressão “a Palavra fez-se carne e habitou entre nós”.

A primeira leitura anuncia a chegada de Deus ao meio do seu Povo. Ele é o rei que traz a paz e a salvação, proporcionando ao Povo de Deus uma era de felicidade sem fim. O profeta convida, pois, a substituir a tristeza pela alegria e pelos gritos de vitória.

A segunda leitura apresenta, em traços largos, o plano salvador de Deus. Insiste, sobretudo, que esse projecto alcança o seu ponto mais alto com o envio de Jesus, a “Palavra” de Deus que os homens devem escutar e acolher.

O Evangelho desenvolve o tema esboçado na segunda leitura e apresenta a “Palavra” viva de Deus, tornada pessoa em Jesus. Sugere que a missão do Filho/“Palavra” é completar a criação primeira, eliminando tudo aquilo que se opõe à vida e criando condições para que nasça o homem novo, o homem da vida em plenitude, o homem que vive uma relação filial com Deus.


Para ver as Leituras da Missa do Natal do Senhor, clique AQUI.

Para ver o Evangelho da Missa do Natal do Senhor, clique AQUI.

Para ver uma Reflexão sobre o Evangelho da Missa do Natal do Senhor, clique AQUI.



Fontes:
A Caminho
Ecclesia
Farol de Luz


É Natal!



Cristo nasceu em Belém e quer nascer no teu coração também !

Irmãos e amigos a graça de Deus que se fez Menino esteja convosco!

Eu amo-vos a todos em Cristo Jesus ! Saúdo-vos a todos cordialmente !

Partilho convosco a alegria deste grande acontecimento: “O povo viu uma grande luz; a Palavra fez-se Homem… Um Menino nasceu para nós, um Filho nos foi dado!…!”.

Ele é o rei que traz a paz e a Salvação. O nosso coração humano é a porta por onde Ele quer entrar; porque entretanto Ele veio para o que era seu e muitos dos seus não O receberam. Não O querem receber. Apesar de tudo isso, vem. Porque Ele sabe que há quem O queira receber.

Natal é sempre o encontro do Homem com Deus.

Neste dia contemplamos o “Presépio” nas nossas casas, nas nossas igrejas, nas nossas ruas, nas nossas paróquias e no mundo inteiro, reconstruindo o clima e o ambiente em que nasceu o Salvador. É a gruta com a manjedoura. Para chegarem à Sagrada Família, vemos pastores na noite do nascimento de Jesus e, mais tarde, será a vez de os Magos chegarem do Oriente distante, seguindo a estrela até ao lugar onde foi colocado o Redentor do Universo.

Nestes dias paramos para ver o Menino deitado nas palhinhas. Olhamos para sua Mãe e para S. José, guardião do Redentor, com quem o Menino, em Nazaré, iria crescer em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens, ganhando a vida com o suor do seu rosto. Contemplamos a Sagrada Família que nos confronta com as nossas famílias atribuladas com tantos problemas: divórcios, separações, e, agora, feridas com a aprovação de casamentos de homossexuais. Neste Natal, sentimos o apelo a defender e a reafirmar o direito da família, enquanto instituição fundada no casamento entre um homem e uma mulher, a ver reconhecida a sua identidade única e inconfundível com outras formas de convivência humana. Da Carta do Cardeal Patriarca: “Está em questão uma alteração grave da compreensão antropológica do casamento, da sua dimensão institucional baseada num acordo celebrado entre um homem e uma mulher, constituindo, assim, uma família, célula base da sociedade. Esta concepção … radica num elemento basilar da verdade da natureza.”.

Com Maria e José aprendamos a meditar tudo em nossos corações à Luz da Palavra de Deus, mais agora após a “Visitação da Palavra Peregrina”

Descobrindo a riqueza, a beleza e o encanto do Natal, este alegre e fortaleça os nossos corações.

Queridos mais novos segui a estrela de Belém!… e vós mais jovens aprendei com Jesus a dialogar com os pais e os catequistas.

E a vós pais e adultos, reacendei na vossa família o dom da Fé que está em vós. Comunicai-a, superando o clima generalizado de desalento e de medo que pesa fortemente sobre a família e sobre a sua missão educativa da transmissão dos valores e, em especial, da Fé.

Imploro sobre vós e as vossas famílias as bênçãos de Deus para que vos confirme na alegria, no amor e na paz. Ámen ! Aleluia !


Fonte: Farol de Luz


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Estar conectados a Jesus



Se oferecemos a nossa disponibilidade a Jesus e Lhe abrimos nosso coração, Ele não deixará de fazer-nos sentir a sua presença. Assim recordou Bento XVI no último sábado, ao receber em audiência uma representação de jovens da Acção Católica Italiana (ACR) para a tradicional felicitação de Natal, na qual expressou sua estima pessoal pelo particular compromisso que a associação está vivendo no tema “Estamos conectados”, para colocar-se em comunicação com Jesus e com os demais.

“Também vós sois pequenos como Zaqueu, que subiu em uma árvore porque queria ver Jesus, mas o Senhor, levantando o olhar, percebeu-o imediatamente, no meio da multidão”, explicou o Papa aos jovens, citando o personagem e a imagem bíblica como referência do programa.

“Jesus vos vê e vos escuta, mesmo que sejais pequenos, ainda que às vezes os adultos não vos considerem como gostaríeis”, acrescentou, sublinhando que Cristo “não somente vos vê, mas sintoniza vossa onda, quer deter-se onde vós estais, estar convosco, criar com cada um de vós uma forte amizade”.

“Diante de Jesus, imitai sempre o exemplo de Zaqueu, que desceu imediatamente da árvore, acolheu-o cheio de alegria em sua casa e não deixou de fazer-lhe uma festa”, pediu o Papa.

“Acolhei-o em vossa vida de todos os dias, entre o lazer e as tarefas, na oração, quando Ele pede vossa amizade e vossa generosidade, quando sois felizes e quando tendes medo.”

“No Natal, mais uma vez, o amigo Jesus sai ao vosso encontro e vos chama. Ele é o Filho de Deus, é o Senhor que vedes a cada dia nas imagens das igrejas, nas ruas, nas casas. Ele vos fala sempre do amor maior, capaz de entregar-se sem limites, de trazer paz e perdão.”

Bento XVI recordou, portanto, que somente a presença de Jesus na vida “dá a plena alegria”, porque “Ele é capaz de fazer sempre nova e bela cada coisa” e “não vos esquece jamais”.

“Se lhe dizeis cada dia que estais ‘conectados’, esperai certamente que Ele vos chame para enviar-vos uma mensagem de amizade e afecto”, afirmou, explicando que esta mensagem pode chegar a qualquer momento: “quando participais da santa Missa, quando vos dedicais ao estudo, aos vossos compromissos quotidianos ou quando sabeis cumprir gestos de participação, de solidariedade, de generosidade e de amor aos demais”

O Papa lhes pediu especialmente que estejam perto dos “jovens que sofrem, especialmente aqueles que vêm de países distantes e que frequentemente são abandonados, sem pais e sem amigos”.

Durante o encontro, esteve presente uma delegação de jovens da Acção Católica de Belém, cidade à qual será dedicado, em Janeiro, o “mês da paz”, através de um projecto de solidariedade com a Terra Santa, para reconstruir o auditório da paróquia de Belém.


Fonte: Cristo Jovem

domingo, 20 de dezembro de 2009

Actividades desta semana

Esta semana teremos a seguinte actividade:


23DEZ | QUARTA-FEIRA | 14h
Festa de Natal para as crianças de famílias carenciadas
Vamos proporcionar uma tarde animada às crianças das famílias que apoiamos no âmbito do Projecto "Pão é Amor"
Encontramo-nos no Salão Paroquial às 14h.

A ida ao Centro de Dia que estava programada para esta semana foi adiada para a próxima semana (terça-feira, dia 29, às 14h).




sábado, 19 de dezembro de 2009

Liturgia do IV Domingo do Advento, 20.12.2009



4º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO - ANO C
20 de Dezembro de 2009



Nestes últimos dias antes do Natal, a mensagem fundamental da Palavra de Deus gira à volta da definição da missão de Jesus: propor um projecto de salvação e de libertação que leve os homens à descoberta da verdadeira felicidade.

O Evangelho sugere que esse projecto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré veio ao encontro dos homens para apresentar aos prisioneiros e aos que jazem na escravidão uma proposta de vida e de liberdade. Ele propõe um mundo novo, onde os marginalizados e oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a dignidade e a felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz rejubilar todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus lhes faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da fragilidade dos “instrumentos” humanos de Deus; mas é sempre uma proposta que tem o selo e a força de Deus.

A primeira leitura sugere que este mundo novo que Jesus, o descendente de David, veio propor é um dom do amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele veio apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a força das armas, mas construído e acolhido nos corações dos homens.

A segunda leitura sugere que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e os homens. É necessário que os homens acolham esta proposta com disponibilidade e obediência – à imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projecto de Deus.





Para ver as Leituras do IV Domingo do Advento, clique AQUI.

Para ver o Evangelho do IV Domingo do Advento, clique AQUI.

Para ver a Reflexão sobre o Evangelho do IV Domingo do Advento, clique AQUI.



Fontes:
A Caminho
Ecclesia
Farol de Luz

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Para saber mais sobre o ADVENTO...

As figuras do Advento




Isaías: A figura da Espera

As leituras do Advento colocam-nos em contacto frequente com Isaías.
É o profeta por excelência do tempo da espera.
Tudo deve ceder perante este visionário, emocionado pelo esplendor futuro do Reino de Deus inaugurado com a vinda de um Príncipe de Paz e Justiça.

O profeta é conhecido apenas pelas suas obras, mas estas são tão características que através delas podemos conhecer a sua pessoa.

Isaías viveu no século VIII a.C, numa época de esplendor e prosperidade. Raramente os reinos de Judá e Samaria haviam conhecido tal optimismo. No meio deste frágil paraíso, Isaías vai erguer-se valorosamente e realizar a sua missao: mostrar ao seu povo a ruína que o espera, devido à sua negligência.

Era originário de Jerusalém e pertencia a uma família de elevada posição social. Pensa-se que recebeu uma educação esmerada nas escolas de escribas e de “sábios” onde se formavam os funcionários da corte real; cultivou a sua sensibilidade poética e a sua tendência criativa. Conseguiu exprimir-se num estilo inovador, repleto de imagens e de imponência religiosa.
Alimentado pela literatura dos seus predecessores, principalmente Amós e Oseias, Isaías prevê como eles, inspirado por seu Deus, o que será a história de seu país.

Isaías foi chamado pelo Senhor "no ano da morte do rei Ozias", por volta do ano 740, quando estava no templo, com os lábios purificados por uma brasa trazida por um Serafim (Is 6, 113). A partir deste momento, Isaías já não se pertence. Não porque seja um simples instrumento passivo nas mãos de Yahvé; pelo contrário, todo o seu dinamismo vai ser colocado ao serviço do seu Deus, convertendo-se em seu mensageiro.

Será um mensageiro terrível que anuncia o despojamento de Israel, a quem só restará um pequeno sopro de vida. Superando a situação presente na qual se misturam cobardias e compromissos, vê o castigo futuro que direccionará os caminhos tortuosos. O reino de Judá vai passar pela devastação e a ruína. O início da obra de Isaías, que originará a lenda do boi e do asno no presépio, marcam seu pensamento e seu papel. Yahvé é todo para Israel, mas Israel é mais estúpido que o boi que conhece o seu dono, ignora o seu Deus (Is 1, 2-3).

Isaías não se isolará no papel de pregador moralizante. Torna-se o grande anunciador da Parusia, da vinda de Yahvé. Assim com Amós se tinha levantado contra a sede de dominação que avivava a brilhante situação de Judá e Samaria no século VIII, Isaías prediz os cataclismos que se desencadearão no dia de Yahvé (Is 2, 1-17). Esse dia será para Israel o dia do juízo.
Para Isaías, como mais tarde para São Paulo e São João, a vinda do Senhor traz consigo o triunfo da justiça. Os capítulos 7 a 11 vão nos descrever o Príncipe que governará na paz e na justiça (ls 7, 10-17).

Numa linguagem poética, anuncia o Messias e canta o júbilo que faria estremecer as entranhas do seu povo.
O nascimento do Emanuel, "Deus conosco", reconfortará um reino dividido pelo cisma de dez tribos. O anúncio deste nascimento promete, pois, aos contemporâneos de Isaías e aos ouvintes do seu oráculo, a sobrevivência do reino, apesar do cisma e da devastação. Príncipe e profeta, esse menino salvará por si mesmo seu país.

Mas, por outro lado, a apresentação literária do oráculo e o modo como Isaías insiste no caráter libertador deste menino, cujo nascimento e juventude são dramáticos, fazem pressentir que o profeta vê neste menino a salvação do mundo.

Segundo Isaías, a única atitude fundamental é a fé, a renúncia a qualquer segurança baseada na política ou nas armas. Só a fé no Senhor pode salvar. Nada do que acontece no mundo escapa à soberania de Deus, que dirige os destinos dos homens de acordo com um “plano” oculto, muitas vezes desconcertante, mas sempre mais sábio que o dos homens.
Mesmo nos momentos de maior perigo, Isaías promete a libertação a quem puser toda a sua confiança no Senhor. É o maior dos profetas messiânicos. O Messias que anuncia é um descendente de David que fará reinar a justiça e a paz sobre a terra.


João Baptista: A figura da Preparação

Segundo o próprio Cristo, “entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista; e, no entanto, o mais pequeno no reino do céu é maior do que ele “ (Mt 11,11).

João Baptista coincide com Isaías no pensamento e na mensagem. Isaías está presente em João Baptista como João Baptista está presente Naquele para quem veio preparar o caminho.

João Baptista é o precursor por excelência e o último profeta a anunciar a vinda eminente do Messias tão esperado, embora de forma tão inesperada.


São Lucas conta-nos com detalhe o anúncio do nascimento de João (Lc 1, 5-25). O anúncio do nascimento de João é solene. Realiza-se no âmbito litúrgico do templo. A sua chegada não passará despercebida e muitos se alegrarão com seu nascimento (Lc 1, 14); abster-se-á de vinho e bebidas embriagantes, será um menino consagrado e, como prescreve o livro dos Números (6, 1), não beberá vinho nem licor fermentado. O Espírito habita nele desde o seio de sua mãe. A sua vocação de asceta une-se à de guia do seu povo (Lc 1, 17).

João Baptista é sinal da irrupção de Deus no seu povo. O Senhor visita-o e realiza a aliança que havia prometido.
O papel de João Baptista como Precursor é muito preciso: preparar os caminhos do Senhor (Is 40,3); deverá anunciar um baptismo no Espírito para a remissão dos pecados, um baptismo que será luz “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte “ (Lc 1,79), como dirá Zacarias, no Cântico que entoou quando pôde falar. Conhece a sua missão e designa-se a si mesmo como “a voz que clama no deserto”. Depois, já a viver no meio dos homens, compete-lhe indicar aquele que é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29), anunciando-lhes que estava entre eles e não O conheciam.
João Baptista dá-nos uma lição de silêncio e de recolhimento para poder dar testemunho; para poder denunciar o pecado com corajosa e franca honestidade; também para poder anunciar a morte e ressurreição do Senhor, porque “mais pequeno no reino do céu é maior do que ele” (Mt 11,11).

O sentido do seu papel fizeram do Baptista uma figura sempre actual através dos séculos. Não se pode falar dele sem falar de Cristo, mas a Igreja não lembra nunca a vinda de Cristo sem lembrar do Precursor. O Precursor não está unido apenas à vinda de Cristo, mas também à sua obra, que anuncia: a redenção do mundo e sua reconstrução até a Parusia. João está sempre presente durante a liturgia de Advento. Na realidade, o seu exemplo deve permanecer constantemente diante dos olhos da Igreja. A Igreja, e cada um de nós nela, tem com missão preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia. Mas recebê-la exige a conversão. Entrar em contacto com Cristo supõe o desprendimento de si mesmo. Sem esta ascese, Cristo pode estar no meio de nós sem ser reconhecido (Jo l, 26).

Como João, a Igreja e seus fiéis têm o dever que não cobrir a luz, mas de dar testemunho dela (Jo 1, 7). Lucas resume em uma frase toda a atividad de João: "Anunciava ao povo a Boa Notícia" (Lc 3, 18).


Maria: A figura da Esperança

Também Maria, a criatura mais íntima do mistério central da nossa fé, a Santíssima Trindade, é indissociável, pela sua maternidade virginal de Deus Filho, do Advento. Ela, mais do que ninguém, soube o significado, pela sua total colaboração no plano salvífico de Deus, pela entrega a seu Filho, da vinda do Messias.

Maria está presente em todo o Advento. Neste tempo, contemplamos Maria como a mulher que disse sim à vontade de Deus. Um sim que lhe irrompeu do coração como um acto de fé e de entrega à palavra de Deus e como um compromisso de fidelidade até às última consequências. No Advento e a exemplo de Maria, nós, cristãos, renovamos o sim dado a Deus para, pela fé, acolhermos Jesus que nos vem salvar. É um tempo de dizer sim à palavra de Deus e de a pôr em prática, para pertencermos à família de Jesus.
“Aqueles que vivem com a Liturgia o espírito do Advento, ao considerar o inefável amor com que a Virgem Mãe esperou o Filho, sentir-se-ão incentivados a tomá-la como modelo e a preparar-se, vigilantes na oração e ... jubilosos no louvor, para ir ao encontro do Salvador que vem”.

A primeira vinda do Senhor realizou-se graças a ela. E, por isso, todas as gerações a chamamos Bem-aventurada. Hoje, que preparamos, a cada ano, uma nova vinda, os olhos da Igreja voltam-se para ela, para aprender, com estremecimento e humildade agradecida, como se espera e como se prepara a vinda do Emanuel: do Deus connosco. Mais ainda, para aprender também como se dá ao mundo o Salvador.

Sobre o papel da Virgem Maria na vinda do Senhor, a liturgia do Advento oferece-nos duas sínteses, nos prefácios II e IV.

A partir da segunda parte do Advento, a preponderância da Mãe Imaculada é tão grande, que ela aparece como o centro do Mistério preparado e iniciado. Assim as leituras evangélicas do IV Domingo, nos três ciclos, estão dedicadas a Maria. E nas missas próprias dos dias 17 a 24, correspondentes às antífonas do O, tudo gira ao redor dela. E com razão.


José: A figura da Confiança

José foi o homem justo escolhido por Deus para ser o esposo de Maria e pai adoptivo de Jesus. A Escritura fala muito pouco dele. A presença de José no Advento convida-nos a reconhecer que Deus actua em nós e na história para além dos aspectos legais e das complicações humanas. Quando assomarem os conflitos e as dúvidas na nossa consciência, devemos refugiar-nos no Senhor e confiar na sua bondade. A santidade e a maturidade na fé não solucionam, de uma forma mágica, as angústias e vacilações do coração. Exigem que efectuemos um discernimento na oração e na escuta da Palavra. E virá o Anjo do Senhor.


Anjo Gabriel: A figura do Mensageiro

No Advento, são-nos narradas duas intervenções do Anjo Gabriel: uma em Jerusalém, no templo, quando anuncia a Zacarias o nascimento de João Baptista; outra em Nazaré, quando faz a Maria a proposta de ser a mãe do Messias.


Fonte: Diocese de Leiria - Fátima


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Actividades do próximo Sábado


No próximo Sábado, dia 19 de Dezembro, às 15h, iremos receber no Salão Paroquial o grupo JMV de Paialvo para nos entregar o Círio do Acantonamento da Beirã.

À tarde aproveitaremos também para preparar a festa de Natal das crianças e a visita ao Centro de Dia.

À noite, teremos o nosso jantar de Natal. Vamos directamente do Salão para o Restaurante.

O jantar será no Restaurante "A Lareira" (ao pé da Igreja da Chainça), por volta das 19h30, e custará 8€.

Durante o jantar, faremos a habitual troca de prendas. Por isso, cada um tem de levar uma prenda que custe entre 2€ e 3€, para poder participar na troca.

Têm de dizer ao TóZé se vão ou não até à próxima quinta-feira.

Contamos contigo!



sábado, 12 de dezembro de 2009

Apresentação do projecto das obras da Igreja de Nossa Senhora do Rosário


No próximo Domingo, dia 13 de Dezembro, às 15h, decorrerá na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Alferrarede, a apresentação do projecto das obras para esta Igreja.

Pede-se a toda a Comunidade que esteja presente, uma vez que se trata de uma obra que resultará de uma comunhão da esforços de todos nós.

Todos somos Pedras Vivas da nossa Igreja e, por isso, todos temos o dever de participar na sua remodelação.



* As imagens apresentadas são meramente ilustrativas da notícia.

Liturgia do III Domingo do Advento, 13.12.2009




3º DOMINGO DO TEMPO DO ADVENTO - ANO C
13 de Dezembro de 2009


O tema deste 3º Domingo pode girar à volta da pergunta: “e nós, que devemos fazer?” Preparar o “caminho” por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.

O Evangelho sugere três aspectos onde essa transformação é necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “baptizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica.

A primeira leitura sugere que, no início, no meio e no fim desse “caminho de conversão”, espera-nos o Deus que nos ama. O seu amor não só perdoa as nossas faltas, mas provoca a conversão, transforma-nos e renova-nos. Daí o convite à alegria: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho connosco.

A segunda leitura insiste nas atitudes correctas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, oração.







Para ver as Leituras do III Domingo do Advento, clique AQUI.

Para ver o Evangelho do III Domingo do Advento, clique AQUI.

Para ver a Reflexão sobre o Evangelho do III Domingo do Advento, clique AQUI.



Fontes:
A Caminho
Ecclesia
Farol de Luz

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Campanha da Cáritas em Portalegre-Castelo Branco

"Dez Milhões de Estrelas - Um gesto pela Paz"





Pelo 7.º ano consecutivo, a Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco organiza a operação “Dez Milhões de Estrelas – um gesto pela Paz” criando as condições para o desenvolvimento de uma cultura de Paz no coração dos nossos concidadãos. É um facto que esta acção toca, cada vez com maior positividade, a sociedade portuguesa.


Este ano de 2009, o tema é “Os novos Desempregados” e tem como objectivo a criação de um Fundo de Apoio destinado a minorar a situação económica daqueles que foram vitimados pelo desemprego. Deste modo, no ano em curso, e a título excepcional, a percentagem das verbas resultantes da venda de velas, que habitualmente era canalizada
para apoiar projectos em países em vias de desenvolvimento, ficará em Portugal para o apoio a estes novos desempregados e às suas famílias.


Para além da venda de velas, que está em curso, no próximo dia 19 de Dezembro, pelas 19 horas, na Rua do Comércio, em Portalegre, iremos, como em anos anteriores, organizar a “Marcha pela Paz”. Partirá do adro da Sé Catedral e seguirá em direcção às escadarias da Igreja de São Lourenço.


Cáritas de Portalegre-Castelo Branco


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Distribuição do Banco Alimentar



No próximo Sábado, dia 12 de Dezembro, iremos fazer a distribuição domiciliária dos alimentos do Banco Alimentar.

Encontramo-nos no Salão Paroquial às 15h.

Quem estiver disponível para ajudar a fazer os sacos, vá ao Salão na sexta-feira às 21h.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Para saber mais sobre o ADVENTO...

Desenvolvimento histórico do tempo litúrgico do Advento






Não pode ser determinada com exactidão quando foi introduzida na Igreja a celebração do Advento. A preparação para a festa de Natal não deve ser anterior à existência da própria festa, e desta não encontramos evidência antes do final do século IV quando era celebrada em toda a Igreja, por alguns no dia 25 de Dezembro, por outros em 6 de Janeiro.

Por razões históricas, a festa do nascimento de Cristo não pode ser celebrada, publicamente, nos primeiros séculos da Igreja. Apenas em 313, passou a ser reconhecida e protegida pelo Imperador romano, Constantino. Alguns anos mais tarde, por volta de 330, esta festa foi instituída, para dar um sentido novo a uma festa pagã, que lhe era anterior: a festa do solstício de Inverno, que tinha sido criada por Aureliano, no ano de 274. Com esta festa, os romanos celebravam antecipadamente a fertilidade dos campos e o “nascimento” do sol. Os cristãos deram uma dimensão totalmente original, substituindo o astro-sol pelo “Verdadeiro Sol”, o “Sol da Justiça”, o único que traz a vida ao mundo, Jesus Cristo.

Lemos nas actas de um sínodo de Zaragoza, em 380, um cânon que prescreve que desde 17 de Dezembro até à festa da Epifania ninguém deveria faltar na igreja. Temos duas homilias de São Máximo, Bispo de Turim (415-466), intituladas "In Adventu Domini", mas não fazem referência a nenhum tempo especial. O título pode ser a adição de um copista. Existem algumas homilias, provavelmente a maior parte de São Cesáreo, Bispo de Arles (502-542), nas quais encontramos menção de uma preparação antes do Natal; todavia, a julgar pelo contexto, não parece que exista nenhuma lei geral sobre a matéria. Um sínodo desenvolvido (581) em Macon, na Gália, em seu nono cânon, ordena que desde o dia 11 de Novembro até ao Natal o Sacrifício seja oferecido de acordo com o rito quaresmal nas Segundas, Quartas e Sextas-feiras da semana. O Sacramentário Gelasiano anota cinco domingos para o tempo; estes cinco eram reduzidos a quatro pelo Papa São Gregório VII (1073-85). A colecção de homilias de São Gregório Magno (590-604) começa com um sermão para o segundo Domingo de Advento. No ano 650, o Advento era celebrado na Espanha com cinco Domingos. Vários sínodos fizeram cânones sobre os jejuns a observar durante este tempo, alguns começavam no dia 11 de Novembro, outros no 15, e outros com o equinócio de Outono. Outros sínodos proibiam a celebração do matrimónio. Na Igreja grega não encontramos documentos sobre a observância do Advento até ao século VIII. Teodoro o Estudita (m. 826), que falou das festas e jejuns celebrados comumente pelos Gregos, não faz menção deste tempo. No século VIII, desde o dia 15 de Novembro até ao Natal, é observado não como uma celebração litúrgica, mas como um tempo de jejum e abstinência que foi posteriormente reduzido a 7 dias. Mas um concílio dos Rutenianos (1720) ordenava o jejum de acordo com a velha regra desde o 15 de Novembro. Esta é a regra ao menos para alguns dos Gregos. De maneira similar, os ritos Ambrosiano e Moçárabe não têm liturgia especial para o Advento, mas somente o jejum.


Fonte: Diocese Leiria-Fátima

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Imaculada Conceição




“A santidade de Maria lembra-nos que todos somos chamados à santidade, em Jesus Cristo”


1. Esta Solenidade celebra a santidade de Maria, a sempre Imaculada. Maria Santíssima é o título com que a designamos e reconhecemos. Celebramo-la com tanta solenidade porque evoca o cerne da nossa vocação cristã: o chamamento à santidade. Deus criou o homem à Sua Imagem, para ser santo como Deus é Santo. “Sede santos porque Eu, o vosso Deus, sou Santo” (1Pet. 1,16). No drama do pecado, que a Leitura do Génesis nos evoca, a humanidade desvia-se do caminho da santidade, porque esquece a Palavra do Senhor, trocando-a por outras palavras: a do inimigo de Deus. Mas Deus não desistiu da santidade do homem. Depois do pecado, o único caminho da santidade é a redenção. A santidade define-nos como criaturas de Deus, identifica-nos com Deus. E porque Deus é amor, ser amor é experiência de liberdade. Intenção inicial de Deus, a santidade do homem é um fruto da sua liberdade, é a expressão máxima da liberdade. “Sede santos porque Eu, o vosso Deus, sou Santo” (1Pet. 1,16). No homem, ela realiza-se ao ritmo da liberdade: pode supor a recusa e o dom, a obediência à Palavra do Senhor e a autonomia da liberdade humana. Desde a primeira página da Criação, a autonomia e a obediência à Palavra de Deus compõem o cenário dramático da santidade humana. A santidade do homem, querida por Deus no acto criador, desenrola-se ao ritmo da liberdade, até percebermos que em Cristo, “Deus nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos, na caridade, santos e irrepreensíveis, diante d’Ele” (Efs. 1,3).

2. Ao criar o homem livre, Deus aceitou que a humanidade precisava de aprender a liberdade e, nessa aventura, Deus só podia ir-lhe revelando o caminho da liberdade e fortalecê-lo na descoberta do verdadeiro caminho da vida. A descoberta da liberdade é, na intenção criadora de Deus, um longo caminho a percorrer, até à sua perfeição escatológica. Esse longo caminho da aprendizagem torna-se dramático porque entrou em cena um terceiro personagem, o “inimicus homo”, que falhou ele próprio a sua caminhada de liberdade e que, ao tornar-se inimigo de Deus, tornou-se inimigo do homem, nova criatura de Deus, que encetava agora o seu caminho de aprendizagem da liberdade. A partir daí, a caminhada do homem para a liberdade tornou-se dramática: Deus atrai, fortalece a liberdade, indica-lhe o caminho; esse terceiro personagem, a que a Bíblia chama o “homem inimigo”, tenta continuamente sugerir ao homem que a liberdade é um caminho de autonomia em relação a Deus. O caminho da liberdade torna-se, então, um combate entre esse inimigo e Deus que quer a plena liberdade do homem. A vitória de Deus está assegurada, mas o exercício da liberdade transforma-se num grande combate. “Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela” (Gen. 3,15). Assim, desde o início, a conquista da liberdade tornou-se um grande combate, de vida ou de morte. Essa foi a ousadia do demónio, ao pensar que podia vencer esse combate. A descendência da mulher “há-de atingir-te na cabeça e tu a atingirás no calcanhar” (Gen. 3,15). Essa descendência da mulher é Cristo, Filho de Maria. A Sua derrota aparente no Calvário torna-se na vitória definitiva de Deus e na derrota definitiva do “homem inimigo”. O mais que este consegue são danos colaterais.

3. Nesta luta pela liberdade, e é preciso não esquecer que a liberdade resume e inclui tudo o que é humano. O homem precisa de ser salvo e esta salvação reveste-se dos traços de um drama. Deus não desiste, investe neste combate toda a sua força, até à ousadia de se tornar presente no meio de nós como Homem, para O sentirmos lado a lado nesse combate. Pela sua Palavra revela o verdadeiro sentido da liberdade; pelo seu amor infinito, fortalece o homem para este poder obedecer à sua Palavra e escolher o verdadeiro sentido da liberdade. A obediência da fé é o caminho, e este caminho é graça, isto é, exercício humano da liberdade com a força do amor de Deus. A esta obediência da fé, o “inimigo” contrapõe a autonomia da razão como única fonte de sentido e a ousadia de pensar que o homem pode percorrer o caminho da liberdade só com as suas próprias forças.

Maria é saudada como a cheia de graça, ela é a primeira mulher completamente livre, porque se abandona à Palavra do Senhor, na fé, e confia na força do Seu amor. Santo Agostinho diz que Maria acreditou pela fé e, por isso, concebeu pela fé. “Maria cumpriu perfeitamente a vontade do Pai e, por isso, Maria tem mais mérito por ter sido discípula de Cristo do que por ter sido Mãe de Cristo; mais ditosa é Maria por ter sido discípula de Cristo do que por ter sido Mãe de Cristo” (Santo Agostinho, Sermões, Ser. 25, PL 46, 937-938). Já a sua parente Isabel a saudara assim: feliz és tu porque acreditaste na Palavra que o Senhor te disse (cf. Lc. 1,45). Em Maria, a plenitude de graça começa por ser a perfeição da fé, que aceita o caminho misterioso de Deus e se abandona ao amor.

Maria é, assim, modelo de liberdade. Nela, a liberdade plenifica todas as capacidades da natureza. É esposa e mãe. São Lucas faz questão de lembrar que o Anjo Gabriel é enviado a uma Virgem que era noiva de José, e que ela conceberá no seu seio. Mas o princípio da fecundidade é o mesmo da santidade cristã daqueles que, em Cristo, se tornaram novas criaturas. Também o fruto do seu seio será obra do Espírito Santo. Esta é a grande novidade cristã: a obra da graça não menosprezará nenhuma capacidade da natureza, antes a elevará à sua plenitude. É por isso que em Maria, a cheia de graça, que é esposa e mãe, se anuncia a Igreja toda; ela obra do Espírito Santo e plenitude da criação. Santo Agostinho, no Sermão já citado, afirma com ousada surpresa: “Maria é Santa, Maria é Bem-Aventurada. Mas é mais importante a Igreja do que a Virgem Maria. Porquê? Porque Maria é uma parte da Igreja, membro santo, membro excelente, membro supereminente, mas apesar disso membro do corpo total. Se é membro do corpo, é certamente mais o corpo do que o membro. A cabeça é o Senhor, e Cristo total é a cabeça e o corpo” (Santo Agostinho, Sermões, Ser. 25, PL 46, 937-938).

Cristo e a Igreja são o caminho na longa marcha da liberdade. Os membros da Igreja, criaturas novas em Cristo, podem aprender com Maria a obediência da fé e a abandonar-se ao amor de Cristo, que é o Espírito Santo. Do mesmo modo que, nessa aprendizagem da liberdade, precisa do amor dos seus irmãos, cada cristão pode sempre contar com a ternura solícita de Maria, a cheia de graça e Mãe da Igreja.



Homilia do Patriarca de Lisboa, proferida na Solenidade da Imaculada Conceição, Sé Patriarcal, 8 de Dezembro de 2009

Fonte: Agência Ecclesia


domingo, 6 de dezembro de 2009

Para saber mais... SOBRE O ADVENTO

Estrutura do tempo de Advento





O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas.
Começa com as vésperas do domingo mais próximo ao 30 de Novembro e termina antes das vésperas do Natal. São 4 os domingos do Advento.

Podemos distinguir dois períodos. No primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de Dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: a sua vinda no fim dos tempos, a sua vinda agora, cada dia, e a sua vinda há dois mil anos.

O segundo período, do dia 17 até ao dia 24 de Dezembro, inclusivé, orienta-se mais diretamente para a preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os evangelhos destes dias preparam-nos directamente para o nascimento de Jesus.

Não é acidental o facto de o Advento ter estas duas etapas bem definidas dentro de uma única unidade. A primeira enfatiza a necessidade de conversão permanente, enquanto condição indispensável para a salvação. A segunda privilegia a preparação próxima do mistério da encarnação do Verbo de Deus. Compreende-se pelo facto da necessidade duma preparação gradualmente mais exigente, dos pontos centrais do advento.

Temos quatro semanas nas quais de domingo a domingo nos vamos preparando para a vinda do Senhor.

A primeira semana do Advento está centralizada na vinda do Senhor no final dos tempos. A liturgia convida-nos a estar vigilantes, mantendo uma especial atitude de conversão. Acentua a vigilância na espera da vinda do Senhor. Durante esta primeira semana as leituras bíblicas são um convite a esta vigilância. “Vigiai e estai preparados, pois não sabeis quando chegará o momento”.

A segunda semana convida-nos, por meio de João Baptista a “preparar os caminhos do Senhor”; isto é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus continua a chamar-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. Para a planificação pastoral este é u mtempo privilegiado para a celebração do Sacramento da Reconciliação.

A terceira semana pre-anuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor..

Finalmente, a quarta semana fala-nos do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é a figura central, e a sua espera é modelo e estímulo da nossa espera.

Quanto às leituras das Missas dominicais, as primeiras leituras são tomadas de Isaías e dos demais profetas que anunciam a reconciliação de Deus e a vinda do Messias. Nos três primeiros domingos recolhem-se as grandes esperanças de Israel, e no quarto, as promessas mais directas do nascimento de Deus. Os salmos responsoriais cantam a salvação de Deus que vem; são orações pedindo a sua vinda e a sua graça. As segundas leituras são textos de São Paulo ou das demais cartas apostólicas, que exortam a viver em espera a vinda do Senhor.
Quase todas as eucaristias deste período, englobam uma leitura de S. Paulo, com exortações expressivas e orientações precisas, para vivermos bem o aAdvento, enquanto tempo de preparação espiritual e de esperança. A Igreja é e será, até ao fim dos tempos, uma realidade em constante aperfeiçoamento. Constituída por homens e mulheres marcados pelo pecado, tem a obrigação e a necessidade vital de conversão constante.

Se João Baptista, na fase intermédia do Advento, é figura-chave, pelo apelo vigoroso à conversão e à vinda eminente do Messias, já Maria tem um lugar de relevo na fase final, mormente no último domingo, onde são narrados os acontecimentos que precedem, quase de imediato, o nascimento do Salvador.



Fonte: Diocese de Leiria-Fátima