sexta-feira, 27 de abril de 2012

Liturgia do IV Domingo da Páscoa, 29.04.2012






IV Domingo da Páscoa - Ano B
29 de abril de 2012


O 4º Domingo da Páscoa é considerado o “Domingo do Bom Pastor”, pois todos os anos a liturgia propõe, neste domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como “Bom Pastor”. É, portanto, este o tema central que a Palavra de Deus põe, hoje, à nossa reflexão.

O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor modelo”, que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar n’Ele de forma incondicional, pois Ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. O que é decisivo para pertencer ao rebanho de Jesus é a disponibilidade para “escutar” as propostas que Ele faz e segui-l’O no caminho do amor e da entrega.

A primeira leitura afirma que Jesus é o único Salvador, já que “não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos” (neste “Domingo do Bom Pastor” dizer que Jesus é o “único salvador” equivale a dizer que Ele é o único pastor que nos conduz em direcção à vida verdadeira). Lucas avisa-nos para não nos deixarmos iludir por outras figuras, por outros caminhos, por outras sugestões que nos apresentam propostas falsas de salvação.

Na segunda leitura, o autor da primeira Carta de João convida-nos a contemplar o amor de Deus pelo homem. É porque nos ama com um “amor admirável” que Deus está apostado em levar-nos a superar a nossa condição de debilidade e de fragilidade. O objectivo de Deus é integrar-nos na sua família e tornar-nos “semelhantes” a Ele.







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Fontes:
A Caminho
Beneditinos
Dehonianos
SDPL Viseu

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Mensagem do Papa Bento XVI para o 49.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações




MENSAGEM DO SANTO PADRE
PARA O 49º DIA MUNDIAL
DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES


(29 DE ABRIL DE 2012 - IV DOMINGO DE PÁSCOA)


Tema: As vocações, dom do amor de Deus


Amados irmãos e irmãs!

O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a reflectir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».

A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.

À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um acto de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste facto que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida. Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.

Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De facto, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).

Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da acção dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).

O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).

Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).

Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De facto, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.

A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afectivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed.  Foi Vivante - 1966), p. 100].

Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração. É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.

É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há-de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja sobretudo a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.

Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25). Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De facto, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.

Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.

Vaticano, 18 de Outubro de 2011.

PAPA BENTO XVI


domingo, 22 de abril de 2012

Liturgia do III Domingo da Páscoa, 22.04.2012





III Domingo da Páscoa - Ano B
22 de abril de 2012


Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia do 3° Domingo da Páscoa procura responder.

O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial - no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço - que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse "encontro", os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.

A primeira leitura apresenta-nos, precisamente, o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que Jesus lhes faz.

A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu D Essa coerência deve manifestar-se no reconhecimento da debilidade e da fragilidade que fazem parte da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.




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Fontes:
A Caminho
Beneditinos
Dehonianos
SDPL Viseu

sábado, 14 de abril de 2012

Liturgia do II Domingo da Páscoa, 15.04.2012






II DOMINGO DA PÁSCOA - ANO B
15 de abril de 2012


A liturgia deste domingo apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.

Na primeira leitura temos, numa das “fotografia” que Lucas apresenta da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade formada por pessoas diversas, mas que vivem a mesma fé num só coração e numa só alma; é uma comunidade que manifesta o seu amor fraterno em gestos concretos de partilha e de dom e que, dessa forma, testemunha Jesus ressuscitado.

No Evangelho sobressai a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.

A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã os critérios que definem a vida cristã autêntica: o verdadeiro crente é aquele que ama Deus, que adere a Jesus Cristo e à proposta de salvação que, através d’Ele, o Pai faz aos homens e que vive no amor aos irmãos. Quem vive desta forma, vence o mundo e passa a integrar a família de Deus.







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Fontes:
A Caminho
Beneditinos
Dehonianos
SDPL Viseu

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Fátima Jovem 2012 - Cartaz e Programa



PROGRAMA DO ENCONTRO FÁTIMA JOVEM


SÁBADO (5 DE MAIO) 

10H00 Acolhimento (Centro PauloVI)
Animação permanente até às 16h00 (voluntários)
14H00 Peddy paper: "...nos trilhos de Fátima"
16H30 Grande Encontro (Cruz Alta)
17H00 Saudação a Maria
18H00 Concerto no Parque 2
19H30 Intervalo para descanso, oração individual e jantar
21H30 Rosário e Procissão de Velas
23H30 Vigília Jovem no Auditório Paulo VI


DOMINGO (6 DE MAIO) 

10H00 Rosário seguido de procissão
11H00 Eucaristia no recinto do Santuário e encerramento


domingo, 8 de abril de 2012

Liturgia do Domingo de Páscoa, 08.04.2012





DOMINGO DE PÁSCOA - ANO B
08 de abril de 2012


A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.

A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.

O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem, nunca, ser geradores de vida nova; e a do discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta (a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira).

A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena (que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última barreira da nossa finitude).






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Fontes:
A Caminho
Beneditinos
Dehonianos
SDPL Viseu

sábado, 7 de abril de 2012

Sábado de Aleluia





Para muitos, o Sábado de Aleluia é apenas um dia de limpezas ou de preparação para a Páscoa.

No entanto, esse dia sem liturgia tem um significado espiritual próprio. Jesus morreu por nós, e permaneceu três dias no sepulcro. Assim, também deveríamos dedicar-nos com plena consciência ao teor espiritual desse dia.

Isso acontece melhor no meio do silêncio, quando nos posicionarmos quanto à verdade e à situação sepulcral de nós mesmos.

Cristo desceu ao reino da morte, ao Hades, o reino das sombras. Posso imaginar como Jesus desce aos cantos tenebrosos da minha própria existência. O que excluo da vida? Quais os lugares para os quais não gosto de olhar? Onde foi que tratei de recalcar alguma coisa, empurrar algo para as câmaras escuras da minha alma? Para onde me nego a olhar? O que pretendo esconder de mim mesmo, dos outros e de Deus?

Jesus propõe-se descer exatamente a esses rincões da morte e da escuridão, para mexer em tudo o que há de escuro e rançoso em mim, tudo o que há de mortiço e entorpecido, e então despertar-me para a vida.

Os ícones da Igreja oriental sempre representam a ressurreição de Jesus com Cristo subindo do reino dos mortos, trazendo consigo os mortos pela mão. No dia de Sábado de Aleluia permito que Cristo desça até o meu reino dos mortos, para que tome todos os mortos pela mão, inclusive o que há de morto em mim mesmo, e nos reconduza à luz, a fim de despertar-nos para a vida.Cristo esteve no sepulcro.

Assim, o Sábado de Aleluia convida-me a olhar para minha própria situação sepulcral. O que me caberia enterrar? Que feridas da minha história de vida precisam ser enterradas de uma vez por todas?

Quando sepulto todas as ofensas, paro de usá-las como armas para agredir as outras pessoas. Não as carregarei mais em mim mesmo, como se fossem uma recriminação tácita aos que feriram em algum momento. Com isso, posso descartar minha mágoa, meus ressentimentos e minha irritação. Não preciso de mais nada disso como pretexto para justificar minha recusa a olhar a vida de frente.

Pretendo sepultar também os sentimentos de culpa que consomem e dos quais não consigo me afastar. Preciso ter confiança em que Cristo também desceu ao meu sentimento de culpa e a todo martírio interno que imponho a mim mesmo, com auto-acusações; e desceu até aí para libertar-me.

Quando paro de andar em círculos em torno da minha culpa, aí sim realmente posso despertar para a vida nova.

No Sábado de Aleluia desço até meu próprio sepulcro e imagino de que forma Cristo repousa lá, a fim de trazer tudo o que lá está para uma nova vida. Cristo desceu ao sepulcro do meu medo, da minha resignação, da minha autocompaixão e da minha morbidez, a fim de salvar-me e transformar-me no mais fundo da minha alma.

Para ressuscitar na Páscoa como uma pessoa salva e liberta, preciso ter a coragem de meditar acerca do meu sepulcro e de sepultar tudo o que me distancia da vida.


Fonte: Franciscanos

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta Feira da Paixão do Senhor





A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé, como sinal de salvação e de esperança. A Igreja concede uma Indulgência plenária aos que hoje participam piedosamente da veneração da Santa Cruz e beijam devotamente o Santo Lenho (cf.: Enchiridion Indulgentiarum, nº 17). 

Sexta-feira. Chegamos a um dos cernes desta semana em que, para muitos, este dia é considerado o principal; não ao nosso olhar, mas tendo em vista que ele abre para o dia seguinte a leitura do homem per-feito, isto é, um homem feito e experimentado pelo sofrimento e isso não de maneira divina somente mas, sobretudo, de modo humano bem concreto.

Este dia, segundo São Marcos, é o dia da redenção e remissão. Mesmo sabendo que o grande causador da morte de Jesus foi ele próprio, não obstante, poderia ter se esquivado de tudo o que via e ouvia de errado em seu povo; mas o interessante é que a morte de Jesus não foi de substituição. Desta compreensão deve nascer a noção de sacrifício, isto é, todo o feitio de Jesus foi um "sagrado ofício" em louvor do Pai, pela salvação de muitos, mas não de todos - para isso é que veio ao mundo (cf.: Jo 1,8).

Importante aqui é ler estas duas palavras: "Muitos" e "Todos". A morte de Jesus, mas não do Cristo foi um benefício de muitos. Isto é bem claro, desde o seu nascimento - em que habitou num meio de uma raça bem específica, concreta e, esta raça tendo a primazia sobre os outros povo, o cunho político fica clarificado. A libertação tão esperada foi primeiramente para o povo de Israel, que desde o Antigo Testamento se preparava para este momento. Porém, a compreensão de libertação estava entendida no aspecto de escravatura para com um senhorio.

O que Jesus traz é o entendimento que a salvação vem de Deus e que passa pela humanidade e que é feita com o tempo. Por isso São Paulo afirma que Jesus é o homem perfeito, no qual se revela Deus e que é Senhor para a glória de Deus Pai (cf.: Fl 2,6-11). Descobrir isso deve ser a busca de todo aquele que se faz seguidor dos seus passos, carregando também a sua cruz.

Assim, a Sexta-feira Santa traz consigo um convite à reflexão, onde cada indivíduo repensa sobre seus atos, confrontando com os ensinamentos e com a vida de Jesus. Por isso, a Igreja recomenda fazer jejum e abstinência de carne: para lembrarmos que dependemos de Deus!

Cristo celebrou a Páscoa e instituiu a Eucaristia; nós cristãos de todo o mundo devemos co-memorar a sua Morte e a sua Ressurreição, pois "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (cf.: Jo 1,29) deu a sua vida por amor a nós!

Para nós, reviver essa parte do Evangelho é voltar o pensamento para refletir sobre o amor de Deus pela humanidade. Uma vez que a Paixão de Cristo remete à prova maior do amor do Pai, que entregou seu Filho amado pela salvação dos homens.Toda atenção e detalhamento que Marcos faz em sua narração, demonstra a tamanha preocupação com cada instante final de Jesus (cf.: Mc 15,17-47), que se torna um convite para os adeptos do Cristo, fazendo retomar o alerta da terça-feira: "Vigiai!" (cf.: Mc 13,37).


Fonte: Reflexões Franciscanas

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Última Ceia do Senhor e Lava Pés




“O Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de mim’”.





“Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu vos fiz, vós façais também”.



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mensagem do Pároco de Alferrarede, Padre Carlos Almeida, para a Semana Santa






Cântico do Servo 


Nestes dias de Semana Santa escutaremos alguns textos sagrados conhecidos como cânticos do servo do Senhor. Neles fazemos memória do mistério de Deus sofredor, do filho de Deus entregue à morte… e, ao celebrarmos estes mistérios antecipamos já a glória da sua ressurreição. Deixemos que durante esta Semana Santa a história desse servo que, para dar a vida entrega a sua, fale à nossa história. 

«Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi». (Is 42,1) 

Eleito por Deus. Como tu e eu. Eleitos porque somos únicos. Porque a nossa forma de ser, a palavra que pode sair dos nossos lábios, nada mais poderá pronunciar. Eleitos a partir de uma ternura que atravessa a eternidade para nos mostrar quanto importantes somos. Faz-me lembrar as lendas, os grandes clássicos da literatura ou até mesmo os mitos: o eleito tem uma missão. Nestes dias espreitamos a vida do “eleito” de Deus: Jesus. Ao mesmo tempo somos chamados a tomar consciência que também nós: eu e tu fomos eleitos por Ele, para levar a justiça às nações. Vês-te como eleito de Deus? Sentes que tens uma missão, hoje aqui e agora? Que queres responder? Que te apetece responder? 

«Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro, ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador». (Is 53, 7) 

Hoje em dia subsiste uma lógica que não nos conduz a lado nenhum. Uma lógica que apenas gera incomunicação, afastamento e solidão: a lógica do mais forte. A lógica da guerra. A lógica do ódio. A de uma verdade que se impõe pela força. A de quem constrói a partir do poder… Nestes tempos Jesus mostra-nos uma outra lógica. A de quem responde ao mal com o bem. A de quem faz silêncio diante da mentira, porque sabe que a verdade brotará sempre mais forte. A de quem não se vinga, mas mesmo assim não volta a cara ao injusto. A de quem, em lugar de lavar as mãos, as mancha e as suja ao tentar aliviar e limpar o que necessita ser transformado. A de quem, contra toda aparência, vencerá a morte. Como reages diante desta lógica? Gera-te paz, dá-te motivos, inquieta-te. Produz-te aceitação ou rejeição? 

«11Por causa dos trabalhos da sua vida verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos, porque carregou com o crime deles». (Is 53, 11) 

Coragem! A última palavra será a da vida. Por detrás da paixão vem a glória. Por detrás da cruz a ressurreição e o sepulcro vazio. As lágrimas darão espaço ao alívio. O desespero à esperança. Porque as histórias em Deus encaminham-se para a plenitude, que nada, nem a morte, pode vencer. Porque a justiça se alcançará, invencível, sobre o injusto. Isto, não apenas na outra vida. Acredito que é uma mensagem sobre o nosso hoje e o nosso agora. Sobre a vontade de lutar. Sobre a coragem para abraçar a vida em toda a sua intensidade. Sobre a consciência de que não vale a pena render-se. Porque Deus está connosco. Vives com esperança? 

Vives com fé na lógica invencível de que a vida se impõe? 

Padre Carlos Almeida