segunda-feira, 13 de abril de 2009

O nosso corpo...



Na primeira manhã da Páscoa, o que os apóstolos e as santas mulheres viram não foi um fantasma de Jesus. Viram-no em carne e osso, mas numa carne diferente, tal como o carvalho é diferente da bolota que lhe deu origem.
Entramos no mistério dum corpo, não só no de Jesus mas também no do nosso próprio corpo, que nos permitirá exprimirmo-nos da melhor forma, não entorpecerá o nosso espírito com cansaço e rebeldia mas que se exprimirá com facilidade e alegria.
O Senhor conhece o meu nome e o meu corpo. Ele contempla a minha face vivida, formada pela minha história, que mostra as linhas de amor, indulgência, sofrimento, humor e simpatia.
Tal como diz o provérbio: "O rosto que tens aos quarenta é o rosto que mereces."
Ensina-me a amar o meu rosto e o meu corpo, o meu templo do Espírito Santo. Envelhecerá e morrerá comigo; mas isso não será o final.
O meu corpo é sagrado e a Páscoa da Ressurreição abre uma janela para ele e para mim, através da qual contemplamos uma vista misteriosa e infinita.




Este é um mistério que ultrapassa a nossa imaginação; mas é o centro da nossa Fé.

À medida que os anos passam, nada na nossa fé tem mais sentido do que a Paixão e a Ressurreição; a certeza de que os nossos corpos, como o de Jesus, devem sofrer e morrer, e a certeza de que nós, nos nossos corpos, teremos uma vida depois da morte.

Quando desejamos entre nós uma Boa Páscoa, não se trata só de três dias numa poltrona, mas duma profunda alegria ao saber que a melhor parte de nós vai enganar a sepultura.

Os nossos ossos cansados, as nossas carnes pesadas, os nossos cérebros confundidos, já levam as sementes dessa Ressurreição. Nenhum de nós é mortal.



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