A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé, como sinal de salvação e de esperança.
A Igreja concede uma Indulgência plenária aos que hoje participam piedosamente da veneração da Santa Cruz e beijam devotamente o Santo Lenho (cf.: Enchiridion Indulgentiarum, nº 17).
Sexta-feira. Chegamos a um dos cernes desta semana em que, para muitos, este dia é considerado o principal; não ao nosso olhar, mas tendo em vista que ele abre para o dia seguinte a leitura do homem per-feito, isto é, um homem feito e experimentado pelo sofrimento e isso não de maneira divina somente mas, sobretudo, de modo humano bem concreto.
Este dia, segundo São Marcos, é o dia da redenção e remissão. Mesmo sabendo que o grande causador da morte de Jesus foi ele próprio, não obstante, poderia ter se esquivado de tudo o que via e ouvia de errado em seu povo; mas o interessante é que a morte de Jesus não foi de substituição. Desta compreensão deve nascer a noção de sacrifício, isto é, todo o feitio de Jesus foi um "sagrado ofício" em louvor do Pai, pela salvação de muitos, mas não de todos - para isso é que veio ao mundo (cf.: Jo 1,8).
Importante aqui é ler estas duas palavras: "Muitos" e "Todos". A morte de Jesus, mas não do Cristo foi um benefício de muitos. Isto é bem claro, desde o seu nascimento - em que habitou num meio de uma raça bem específica, concreta e, esta raça tendo a primazia sobre os outros povo, o cunho político fica clarificado. A libertação tão esperada foi primeiramente para o povo de Israel, que desde o Antigo Testamento se preparava para este momento. Porém, a compreensão de libertação estava entendida no aspecto de escravatura para com um senhorio.
O que Jesus traz é o entendimento que a salvação vem de Deus e que passa pela humanidade e que é feita com o tempo. Por isso São Paulo afirma que Jesus é o homem perfeito, no qual se revela Deus e que é Senhor para a glória de Deus Pai (cf.: Fl 2,6-11). Descobrir isso deve ser a busca de todo aquele que se faz seguidor dos seus passos, carregando também a sua cruz.
Assim, a Sexta-feira Santa traz consigo um convite à reflexão, onde cada indivíduo repensa sobre seus atos, confrontando com os ensinamentos e com a vida de Jesus. Por isso, a Igreja recomenda fazer jejum e abstinência de carne: para lembrarmos que dependemos de Deus!
Cristo celebrou a Páscoa e instituiu a Eucaristia; nós cristãos de todo o mundo devemos co-memorar a sua Morte e a sua Ressurreição, pois "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (cf.: Jo 1,29) deu a sua vida por amor a nós!
Para nós, reviver essa parte do Evangelho é voltar o pensamento para refletir sobre o amor de Deus pela humanidade. Uma vez que a Paixão de Cristo remete à prova maior do amor do Pai, que entregou seu Filho amado pela salvação dos homens.Toda atenção e detalhamento que Marcos faz em sua narração, demonstra a tamanha preocupação com cada instante final de Jesus (cf.: Mc 15,17-47), que se torna um convite para os adeptos do Cristo, fazendo retomar o alerta da terça-feira: "Vigiai!" (cf.: Mc 13,37).
Fonte: Reflexões Franciscanas
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