Há tantas formas de olhar o que celebramos nestes dias…
Há palavras e gestos que chegam até nós com intensidade e impressionam pelo seu significado. Há silêncios clamorosos. Há lugares que sobressaltam. Há personagens. Há olhares que memorizam o que vêem.
Proponho que olhemos as nossas mãos: mãos que repartem o pão, mãos que amparam, batem e acolhem, mãos que se lavam para negar a infâmia, mãos que ornamentam Igrejas, que fotografam quem passa e o que se passa e mãos que trazem coroas de espinhos. Até podemos olhar as mãos cravadas num madeiro!
Mas que olhemos…. as mãos, as minhas mãos….
“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, prenunciou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos…” (Mt 26, 26)
As mãos de Jesus tornam-se fecundas…
Na medida em que tomam o pão, para abençoa-lo, partilha-lo e parti-lo. Tomam o que é importante para o fazer chegar a quem dele necessita. As mãos de Jesus eram mãos que trabalhavam e que cuidavam, que protegiam e acariciavam, que abraçavam e curavam.
Mas eram também mãos que se levantavam para protestar contra a injustiça. Todos podemos ter mãos de artista, de artesão, de camponês, de médico, de pedreiro, de mãe, de amigo. Mãos que ostentam o que cada um sabe fazer de melhor e de mais espectacular, mas serão capazes essas mesmas mãos de ajudar a carregar as cruzes, aliviar as cargas, aconchegar os rostos golpeados?
“Pilatos tomou um jarro com água e lavou as mãos diante do povo, dizendo: Não sou responsável pela morte deste justo. Julgai-o vós mesmos” (Mt 27, 24)
Mãos indiferentes…
Nestes dias muitas mãos se desentendem, se lavam, se fecham, se protegem para não se gastarem e não se implicarem. Mãos de cristal, de porcelana, de areia, eternamente imaculadas por não terem vivido nada. Mãos escandalizadas por uma verdade que assusta. Mãos verdadeiramente mortas…
Serão estas as minhas mãos?
“Depois crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, para ver o que cada um levaria”. (Mc 15, 24)
Mãos trespassadas…
Nestes dias confrontamo-nos com mãos trespassadas por cravos, por cansaços. Mãos que se erguem ao céu numa súplica muda, hipócrita.
Mas confrontamo-nos com mãos que procuram algo com que saciar a fome dos filhos. Mãos que não têm força para suster nada. Mãos que se apertam desesperadas, em gesto de impotência. Mãos que tentam ocultar os soluços quando não se pode mais. Mãos feridas, chagadas, atravessadas por cravos invisíveis. Mãos esposadas com cadeias de ódio, de exclusão, de recusa. Mãos que golpeiam, com desespero portas fechadas. Mãos muito abertas, esperando ser acolhidas. Mãos já inertes de pura derrota…
E as minhas…???
Que eu saiba olhar as minhas mãos…e colocá-las na mão do meu Senhor!
Há palavras e gestos que chegam até nós com intensidade e impressionam pelo seu significado. Há silêncios clamorosos. Há lugares que sobressaltam. Há personagens. Há olhares que memorizam o que vêem.
Proponho que olhemos as nossas mãos: mãos que repartem o pão, mãos que amparam, batem e acolhem, mãos que se lavam para negar a infâmia, mãos que ornamentam Igrejas, que fotografam quem passa e o que se passa e mãos que trazem coroas de espinhos. Até podemos olhar as mãos cravadas num madeiro!
Mas que olhemos…. as mãos, as minhas mãos….
“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, prenunciou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos…” (Mt 26, 26)
As mãos de Jesus tornam-se fecundas…
Na medida em que tomam o pão, para abençoa-lo, partilha-lo e parti-lo. Tomam o que é importante para o fazer chegar a quem dele necessita. As mãos de Jesus eram mãos que trabalhavam e que cuidavam, que protegiam e acariciavam, que abraçavam e curavam.
Mas eram também mãos que se levantavam para protestar contra a injustiça. Todos podemos ter mãos de artista, de artesão, de camponês, de médico, de pedreiro, de mãe, de amigo. Mãos que ostentam o que cada um sabe fazer de melhor e de mais espectacular, mas serão capazes essas mesmas mãos de ajudar a carregar as cruzes, aliviar as cargas, aconchegar os rostos golpeados?
“Pilatos tomou um jarro com água e lavou as mãos diante do povo, dizendo: Não sou responsável pela morte deste justo. Julgai-o vós mesmos” (Mt 27, 24)
Mãos indiferentes…
Nestes dias muitas mãos se desentendem, se lavam, se fecham, se protegem para não se gastarem e não se implicarem. Mãos de cristal, de porcelana, de areia, eternamente imaculadas por não terem vivido nada. Mãos escandalizadas por uma verdade que assusta. Mãos verdadeiramente mortas…
Serão estas as minhas mãos?
“Depois crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, para ver o que cada um levaria”. (Mc 15, 24)
Mãos trespassadas…
Nestes dias confrontamo-nos com mãos trespassadas por cravos, por cansaços. Mãos que se erguem ao céu numa súplica muda, hipócrita.
Mas confrontamo-nos com mãos que procuram algo com que saciar a fome dos filhos. Mãos que não têm força para suster nada. Mãos que se apertam desesperadas, em gesto de impotência. Mãos que tentam ocultar os soluços quando não se pode mais. Mãos feridas, chagadas, atravessadas por cravos invisíveis. Mãos esposadas com cadeias de ódio, de exclusão, de recusa. Mãos que golpeiam, com desespero portas fechadas. Mãos muito abertas, esperando ser acolhidas. Mãos já inertes de pura derrota…
E as minhas…???
Que eu saiba olhar as minhas mãos…e colocá-las na mão do meu Senhor!
Padre Carlos Almeida
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