Mensagem de Ano Novo do Assessor Nacional
Envolvidos pela ternura do Presépio quero deixar, a vós e às vossas famílias, uma calorosa saudação: O Senhor esteja convosco!
A Solenidade Litúrgica da Epifania do Senhor, coincide com o início do ano civil de 2011. E, ao contrário do que andam por aí a dizer-vos, este vai ser um grande ano, porque entre os 365 dias, 10 serão vividos com muita intensidade pela juventude do mundo inteiro. Sim, não te esqueças que entre os dias 12 e 22 de Agosto queremos estar em Madrid a viver a nossa fé e o nosso carisma vicentino com mais de dois milhões de jovens de todo o mundo nas JMJ+EJV.
Como vos recordais, o logótipo das JMJ evoca os Magos que guiados por uma estrela foram ver, para adorar, o “Rei dos judeus que acaba de nascer”. A solenidade da Epifania celebra, exactamente, este acontecimento da História da Salvação.
Caros jovens, os Magos não tinham “a bússola dourada”, para adivinhar o futuro, na “poeira dos ares”. Nem tampouco um moderno GPS, que os pudesse orientar, no caminho para Belém. Para chegar à meta, não consultam os astros, nem o tarot, nem a linha das mãos, mas a Palavra das Escrituras (Miq 5,1), que se torna o “farol dos seus passos e a luz dos seus caminhos”.
Partem, então, na aventura comum da fé. Não partem sozinhos. Ora o desânimo de um é compensado pelo entusiasmo de outros. Ora a desistência de uns, é vencida pela insistência de outro. Na verdade, a fé dos Magos é como que a sua «estrela», que lhes dá a esperança e a luz bastante, para ir caminhando, de busca em busca, até ao encontro pessoal com Cristo. Ainda assim, é uma luz discreta; a fé não é nunca como o sol, claro e radiante. Ás vezes custa mesmo dar com o caminho; às vezes parece dominar, no coração, mais a obscuridade, do que a luz; em alguns momentos, parece mesmo que a estrela desaparece!
Estes Magos estão tão possuídos pela esperança de chegar à meta…estão tão seguros dela, «que suportam a canseira do caminho» (Spe Salvi, 1). Os Magos querem apenas encontrar a luz e o sentido da vida, que lhes traga alegria e felicidade para si e para os seus povos; querem conhecer “o rei dos judeus que acaba de nascer” e vêm para O adorar. É, de facto, a fé em Cristo que os guia, entre hesitações, dúvidas e interrogações do caminho. Acreditam em Cristo, dobram-se diante d’Ele, adoram-n’O, como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
Diríamos então, que no preciso “momento em que os Magos, guiados pela estrela, adoraram Cristo, deu-se por encerrada a astrologia” (Spe Salvi, 5): não fazem mais falta horóscopos, adivinhações, futurologia, cartomancia. Se “não há estrelas no céu a doirar o seu caminho”, é porque “agora as estrelas giram segundo a órbita determinada por Cristo” (Spe Salvi, 5). De facto, “nesta cena fica invertida uma ideia que se tinha do mundo de então, que hoje, de um modo distinto, aparece de novo florescente” (Spe Salvi, 5): basta ver o êxito de bilheteira da maior parte dos filmes de magia, e a procura do «segredo» da sabedoria oriental. No tempo dos Magos, como agora, havia ainda gente que imaginava o mundo dos homens “determinado” e “governado” pelos movimentos do sol, da lua, das estrelas, dos astros. Ora, fica claro: “Não são os elementos do cosmos, as leis da matéria que, no fim das contas, governam o mundo e o homem”. Ao adorar aquele Menino de Belém, Deus feito Homem, os Magos dizem-nos: “é um Deus pessoal que governa as estrelas e todo o Universo! As leis da matéria e da evolução não são a última instância” (Spe Salvi, 5). Por detrás de tudo, e no princípio de todas as coisas, há uma razão criadora, uma vontade amorosa, que não é nenhuma «energia cósmica». É Amor/Caridade. É uma Pessoa”. É Jesus Cristo, porque “por Ele todas as coisas foram feitas”. Nesta perspectiva, “a vida de cada pessoa e do nosso mundo, não é um simples produto das leis e da casualidade da matéria, mas em tudo e, simultaneamente, acima de tudo, há uma vontade pessoal, há um Espírito, que em Jesus Se revelou como Amor!” (Spe Salvi, 5). De certo modo, os Magos dizem-nos: este Deus, “princípio criador de todas as coisas, é, ao mesmo tempo, um Deus que te ama pessoalmente, com toda a paixão de um verdadeiro amor” (cf. Deus Caritas est, 10).
Meus caros amigos: o mais importante, para encontrar a felicidade não é conhecer “o segredo” dos astros, ou saber ler a “mensagem” das estrelas. O que é preciso é encontrar Cristo, conhecê-l’O e reconhecê-l’O. “E – olhai – se conhecemos esta Pessoa e Ela nos conhece, então verdadeiramente deixámos de ser escravos do universo e das suas leis, então somos livres” (Spe Salvi,5). As práticas de bruxaria, magia, horóscopos, mostram o vazio de quem nunca encontrou Cristo, e ainda vive, como os pagãos, “num mundo sem Deus e sem esperança” (Ef 2,12).
Para chegardes a Belém, e sentirdes a felicidade dos Magos, vou oferecer-vos hoje o mais moderno, porque antigo, GPS: um «Guia do Peregrino da Santidade»!
- Olhai: o “hardware”, isto é, o “instrumento visível” de comunicação, deste GPS, é a Igreja! Ela recebeu a “força do Alto”, para comunicar Cristo aos homens. Cabe-lhe, “receber o sinal” do Altíssimo, “o grande satélite”, e “transmitir a mensagem”, indicando o caminho e a meta. A Igreja é sempre o “guia mais seguro” e a melhor companhia na fé. Ao fazer-nos caminhar juntos, a Igreja formata a nossa vida, segundo o próprio “software” de Deus, cuja essência mais íntima é ser comunhão.
- A “bússola dourada” deste GPS é a “Sagrada Escritura”, que sempre havemos de ler e consultar, até se tornar, em cada circunstância da vida, “farol dos nossos passos e luz dos nossos caminhos”!
- Depois, procurai os Sacramentos, que assinalam o grande “mapa da nossa vida”, com os sinais de Deus; eles marcam os pontos de chegada do nosso encontro pessoal com Cristo, a partir dos quais havemos sempre de partir, por um caminho novo.
Que a humildade dos Magos nos ajude a aceitar a oferta deste GPS, deste “Guia do Peregrino da Santidade”: a companhia da Igreja, a luz da Palavra e a graça dos Sacramentos. Este GPS não está em saldo. Nem em promoção. É oferta especial dos Magos, neste Natal, em grande!...
Ano Novo, Vida re-encontrada!
p. Fernando, cm
(Assessor Nacional)
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