domingo, 8 de novembro de 2009

08-15NOV | Semana dos Seminários




A Igreja celebra entre 8 e 15 de Novembro a Semana dos Seminários. É uma ocasião e oportunidade de reflectir e rezar a vocação sacerdotal e também o lugar dos Seminários como espaço e tempo em que discernem as suas vidas aqueles que Deus chama ao sacerdócio.

Este ano a Igreja desafia a que vejamos as implicações da Palavra de Deus na vocação ao Sacerdócio. Deus chama, Deus comunica-Se, Deus diz-Se. E, pela Palavra, o homem diz-se e responde.

Na nossa Diocese o Seminário é já uma experiência longa. Tem mais de 400 anos. Mudou de lugares e de circunstâncias e, evidentemente, mudaram as pessoas. Hoje o nosso Seminário está em Portalegre e Alcains, anda pela Diocese. E por Coimbra. E por Lisboa. Mas a razão de ser da sua existência e a sua finalidade continuam, ao ritmo da profecia que desafia qualquer tempo, a ser as de darem a experimentar a proximidade com Jesus que chama, ensina e envia. Para os jovens que entram em Seminário é uma continuidade da experiência que os apóstolos faziam à volta de Jesus. E hoje na alegria da certeza de Cristo ressuscitado. Os nomes dos nossos Seminaristas? O Gil no 6º ano e o Nuno no 5º, ambos em Coimbra; o Miguel e o Pedro, ambos em Lisboa. Alguns mais em Pré-Seminário.

No contexto deste Ano Sacerdotal a Semana dos Seminários tem uma intensidade maior. Rezamos pelos Sacerdotes e damos graças pela sua dedicação na Igreja; rezamos pelas vocações e ousamos a profunda confiança em Deus que faz crescer a nossa fé; rezamos pelos Seminários e, ao sentir tantas ausências, exercitamos a paciência evangélica de continuar a semear com gratuidade e de invocar a misericórdia de Deus para que as torcidas que ainda fumegam não se apaguem nem sejam cortadas as árvores que ainda não deram fruto.

A nossa Diocese viu, nos últimos anos, acontecer uma diminuição brutal no número dos jovens que entram no Seminário. Em poucos anos mudou muita coisa e de forma muito rápida. Não faltará, seguramente, quem ouse a verbalização de soluções quase “mágicas” e, sobretudo, rápidas. Tão rápidas, às vezes, que ultrapassam a própria vontade de Deus que se expressa na sacramentalidade e na apostolicidade da Igreja que vive na história. A nossa Igreja é uma Igreja apostólica. Não é sacerdotal, episcopal ou laical. É apostólica. Recebe-se de Deus pela mão de Apóstolos e congrega no mesmo Corpo, em comunhão, todos os baptizados entre os quais alguns são ministros (diáconos, padres, bispos) para serviço dos irmãos no rejuvenescimento e alimento constante da sua fé.

Todos os ministérios e carismas se congregam na unidade da Igreja. Mas como seria possível dispensar da Igreja aqueles que, por chamamento e envio, têm a missão de representar e expressar sacramentalmente a Cristo Senhor e Cabeça da sua Igreja?! Como seria a vida da Igreja se nos faltasse a Eucaristia, alimento da jornada presente (na Palavra, na Comunhão e no Corpo de Cristo) e alimento para a vida eterna!? Como seria a vida da Igreja se nos faltasse a experiência do acolhimento e da reconciliação que nos relança na vida do dia a dia com sentido novo e força renovada!? Como seria a Igreja se deixasse de ter, sacramentalmente, a capacidade de gerar novos filhos acolhendo-os como dom e de lhes dar Palavra e Pão?!

Desesperar da falta de vocações é mau e infecundo. Mas silenciar a identidade e o lugar dos padres na Igreja, relativizar a beleza do seu ministério, acentuar apenas as renúncias da sua vida é pior ainda. Isso seria calar o mistério da fé em que cada vocação nasce.

Esta semana pede-nos oração: de joelhos diante do Sacrário conhecemo-nos muito melhor a nós e ao nosso Deus que é Pai; pede-nos coragem: confiando na Palavra de Deus sentiremos a vida ser fecunda e frutificar; pede-nos revisão de vida: é tempo de “avaliar” a nossa alegria por sermos Igreja apostólica; pede-nos missão e evangelização: é tempo de relacionar a necessidade que sentimos de vocações sacerdotais com a capacidade que temos de chamar jovens ao Sacerdócio; pede-nos partilha: há tanto de nós que pode ser partilhado e distribuído em Igreja; pede-nos gratidão e acção de graças: quantas e quantas maravilhas Deus já realizou nas nossas vidas; pede-nos fé: vamos fazer o que Deus nos pede.


Cón. Emanuel Matos Silva


Fonte:
Site da Diocese de Portalegre - Castelo Branco



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